Caso Skripal. Ex-espião russo envenenado pela porta de casa

por RTP
Toby Melville

A polícia britânica revelou que o agente duplo Sergei Skripal e a filha foram envenenados com um agente neurotóxico de tipo militar que foi colocado na porta de casa, em Salisbury.

“Acreditamos que os Skripal entraram em contacto com o agente nervoso através da porta de casa”, disse Dean Haydon, o coordenador nacional da polícia contra terrorismo. “Os especialistas encontraram aí a maior concentração do agente nervoso”, revelou a Scotland Yard.

Sergei Skripal e a filha ainda estão em estado crítico desde que foram encontrados inconscientes num banco de jardim, a 4 de março. As autoridades britânicas revelaram na passada semana que ambos terão danos neurológicos irreversíveis. O ataque terá exposto 130 pessoas a esta toxina.

Sergei Skipral tem 66 anos. Foi condenado na Rússia por ter passado informação sobre agentes russos ao MI6, serviços secretos britânicos. Em 2010, através de uma troca de espiões, o Reino Unido concedeu-lhe asilo.

O envenenamento provocou uma crise diplomática com a Rússia, com troca de acusações. O Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos, medida que foi replicada pelos russos. Esta semana, os Estados Unidos e dezenas de países europeus decidiram expulsar mais de uma centena de diplomatas russos.

A Rússia tem negado qualquer ligação a este envenenamento, e esta quarta-feira lançou um ultimato ao Reino Unido para que provem que não foram espiões britânicos a envenenar Skripal. Declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros proferidas antes das informações prestadas pela polícia britânica.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson veio entretanto dizer que o Kremlin tem vindo a subestimar a resposta do Ocidente ao ataque.

Numa audiência com embaixadores em Londres, Johnson disse que as expulsões de diplomatas realizadas por 27 países “representam o momento em que um sentimento é de repente cristalizado, depois de anos de vexame e provocações que levaram a paciência coletiva a um ponto de ruptura e quando por todo o mundo, nos três continentes, há países que estão dispostos a dizer “chega”.

A Rússia já prometeu retaliação a estas expulsões, mas ainda não anunciou qualquer medida concreta.
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