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Cazaquistão. Presidente promete agir "duramente" para terminar protestos
O presidente do Cazaquistão garantiu esta quarta-feira, num anúncio transmitido pela televisão, que todos os protestos que marcam a vida do país nestes últimos dias serão travados através da força. "Como a principal figura de Estado, tenciono atuar o mais duramente possível", afirmou Kassym-Jomart Tokayev.
Têm sido dias de tumulto no Cazaquistão depois da demissão do governo cazaque que já foi aceite por Tokayev. Desde o princípio do ano que a subida nos preços do gás e energia têm causado vários protestos em várias cidades e foi decretado estado de emergência para tentar controlar a população.
Os manifestantes, apesar do recolher obrigatório, não têm tirado pé das ruas e tornaram os edifícios políticos e públicos de várias cidades os alvos preferenciais.
Kassym-Jomart Tokayev já falou ao povo do Cazaquistão garantindo que o objetivo dos protestos é minar a estabilidade e união da sociedade cazaque e prometeu agir utilizando a força das autoridades.
Em Aktobe, por exemplo, uma multidão tentou entrar em edifícios governamentais e vários carros da polícia foram incendiados.
“As autoridades estão a tentar acalmar a situação com uma mistura de promessas e ameaças mas até agora nada está a funcionar. Vão tentar algum diálogo mas, essencialmente, o regime vai responder através da força, visto não terem outras ferramentas”, explicou Dosym Satpayev, um analista político de Almaty.
Por várias vezes, a internet foi cortada e várias aplicações de mensagens foram bloqueadas, não havendo acesso a informação na maior do dia de quarta-feira. As autoridades revelaram então que unidades militares foram enviadas para Almaty para tentar controlar a situação.
“Esperamos o mais brevemente pela possível normalização da situação no país [Cazaquistão], a quem a Rússia está ligada por relações de estratégia e alianças através de contactos fraternais e humanos”. Palavras de Dmitry Peskov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, em comunicado, pedindo que não haja intervenção internacional no Cazaquistão.
“Nazarbayev e a família monopolizaram todos os setores, desde a banca, passando pelas estradas e a energia. Estes protestos acontecem contra a corrupção”, declarou Zauresh Shekenova, uma cidadã de 55 anos que está desde domingo a protestar na cidade de Zhanaozen.
“Tudo isto começou com o aumento no preço do gás mas a causa real destes protestos prende-se com as condições de pobreza em que vivemos, preços demasiado altos, desemprego e corrupção”, concluiu Shekenova.
Os manifestantes, apesar do recolher obrigatório, não têm tirado pé das ruas e tornaram os edifícios políticos e públicos de várias cidades os alvos preferenciais.
Kassym-Jomart Tokayev já falou ao povo do Cazaquistão garantindo que o objetivo dos protestos é minar a estabilidade e união da sociedade cazaque e prometeu agir utilizando a força das autoridades.
“Isto é uma questão e segurança nacional. Estou certo de que muitas pessoas me apoiarão”, declarou Tokayev, garantindo que não tem intenção de fugir do país. Isto acontece depois de o presidente ter aceitado a demissão do primeiro-ministro e declarado o estado de emergência, com poucos efeitos nas manifestações até este momento.
Subida dos preços inicia protestos
Foi no fim de semana, no oeste do Cazaquistão, que tiveram começo os primeiros protestos depois de uma subida a pique nos preços do gás. Na maior cidade do país, Almaty, polícia e manifestantes protagonizaram violentos duelos com muitos a tentarem alcançar a Câmara Municipal da capital financeira do país asiático e pegar fogo ao edifício.Em Aktobe, por exemplo, uma multidão tentou entrar em edifícios governamentais e vários carros da polícia foram incendiados.
“As autoridades estão a tentar acalmar a situação com uma mistura de promessas e ameaças mas até agora nada está a funcionar. Vão tentar algum diálogo mas, essencialmente, o regime vai responder através da força, visto não terem outras ferramentas”, explicou Dosym Satpayev, um analista político de Almaty.
Por várias vezes, a internet foi cortada e várias aplicações de mensagens foram bloqueadas, não havendo acesso a informação na maior do dia de quarta-feira. As autoridades revelaram então que unidades militares foram enviadas para Almaty para tentar controlar a situação.
Nas últimas horas ficou a saber-se que os manifestantes invadiram o aeroporto de Almaty, cancelando todos os voos a partir de e para a cidade cazaque.
Rússia preocupada com instabilidade
Imagens de manifestantes em luta com as autoridades estão a causar alguma preocupação no Kremlin, já que o Cazaquistão é um país que partilha fronteira com a Rússia.“Esperamos o mais brevemente pela possível normalização da situação no país [Cazaquistão], a quem a Rússia está ligada por relações de estratégia e alianças através de contactos fraternais e humanos”. Palavras de Dmitry Peskov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, em comunicado, pedindo que não haja intervenção internacional no Cazaquistão.
Os protestos começaram com o aumento do preço da energia e cedo o Governo tentou remediar a situação anunciando que o preço das energias seria concertado para se tornar mais barato, mas sem grande efeito.
Tokayev é contestado nas ruas
Os cazaques mostram cada vez mais descontentamento com Tokayev, presidente desde 2019, fortemente ligado a Nursultan Nazarbayev, um antigo líder comunista que se tornou no primeiro presidente do Cazaquistão em 1991, deixando o poder em 2019. O antigo presidente ainda mostra grande influência nos destinos políticos do país e é acusado de ter ajudado uma pequena elite a enriquecer, enquanto milhares de cazaques vivem na pobreza.“Nazarbayev e a família monopolizaram todos os setores, desde a banca, passando pelas estradas e a energia. Estes protestos acontecem contra a corrupção”, declarou Zauresh Shekenova, uma cidadã de 55 anos que está desde domingo a protestar na cidade de Zhanaozen.
“Tudo isto começou com o aumento no preço do gás mas a causa real destes protestos prende-se com as condições de pobreza em que vivemos, preços demasiado altos, desemprego e corrupção”, concluiu Shekenova.