CEDEAO exige publicação imediata dos resultados eleitorais

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigiu hoje aos militares no poder na Guiné-Bissau o restabelecimento da ordem constitucional e a publicação "sem demora" dos resultados das eleições de domingo.

Lusa /

Numa nota divulgada após uma cimeira de emergência realizada devido à situação na Guiné-Bissau, este organismo exigiu "a restauração incondicional da ordem constitucional sem demora", rejeitando qualquer medida para o "aborto ilegal do processo democrático e a subversão da vontade do povo".

Os chefes de Estado e de Governo do bloco exigiram "que os líderes do golpe respeitem a vontade do povo e permitam que a Comissão Eleitoral Nacional proceda sem demora à declaração dos resultados das eleições de 23 de novembro de 2025".

O Senegal já tinha divulgado hoje, após a cimeira da CEDEAO, que fretou um avião para retirar o Presidente deposto, Umaro Sissoco Embalo, da Guiné-Bissau, garantindo que chegou ao seu país "são e salvo".

Os militares assumiram na quarta-feira o "controlo total" da Guiné-Bissau, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

A CEDEAO determinou também após a cimeira a suspensão da Guiné-Bissau de todos os órgãos da instituição "até ao restabelecimento da ordem constitucional plena e efetiva no país" e reservou-se no direito de utilizar todos os meios que tem ao dispor, incluindo "sanções a todas as entidades consideradas culpadas de perturbar o processo eleitoral e democrático na Guiné-Bissau".

O bloco criou também uma missão de mediação de alto nível para dialogar com os líderes do golpe de Estado, com o objetivo de "assegurar o pleno restabelecimento da ordem constitucional", que incluirá o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, o Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, ou o do Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, que tem desde junho a presidência da CEDEAO.

O Presidente da República de Cabo Verde, país lusófono que juntamente com a Guiné-Bissau integra a CEDEAO, já tinha manifestado, antes da cimeira, "um firme apelo à Guiné-Bissau para a retoma imediata da normalidade e pelo respeito incondicional pelas regras do jogo democrático".

A CEDEAO instou ainda a missão de apoio à estabilização da CEDEAO na Guiné-Bissau a continuar a ajudar a proteger as instituições no país.

Na nota, os chefes de Estado e de Governo do bloco responsabilizam os líderes do golpe pela "proteção da vida e dos bens de todos os cidadãos e residentes da Guiné-Bissau e pela segurança de todos os detidos" e instam os militares "a garantirem a segurança e a facilitarem a evacuação e a passagem segura dos observadores eleitorais da CEDEAO e de todos os outros observadores eleitorais internacionais".

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