Centenas de israelitas radicais detidos perto de Gaza

Entre 300 e 400 radicais de direita israelitas, que se opõem à evacuação dos colonatos da Faixa de Gaza, foram detidos na madrugada de hoje quando tentavam infiltrar-se naquele território palestiniano, disse fonte militar israelita.

Agência LUSA /

O coronel Eyal Zamir, comandante do exército, desmentiu informações divulgadas pela rádio pública israelita segundo as quais "centenas" de manifestantes se teriam infiltrado nos colonatos judeus de Gaza.

Os detidos circulavam nos seus automóveis "de forma irresponsável muito perto das barreiras divisórias (entre a Faixa de Gaza e o território israelita), pondo em perigo a sua vida e a dos soldados numa zona cheia de cargas explosivas", disse o coronel Zamir.

Um dos automóveis com activistas que tentavam infiltrar-se nos colonatos de Gush Katif ter-se-á despistado e embatido numa dessas barreiras, em Kisufim, atropelando um soldado, acrescentou.

O cruzamento de Kisufim, conhecido pelos palestinianos como Abu Holi, está a um quilómetro daquele bloco de colonatos, no sul da Faixa de Gaza.

A barreira militar foi instalada na semana anterior quando o governo proibiu a entrada de israelitas não residentes nos colonatos do território.

Os detidos pelo exército tinham saído da cooperativa agrícola de Kfar Maimón, onde milhares de "alaranjados" (como são conhecidos pela cor da roupa que vestem) estiveram concentrados na noite passada com a intenção de chegarem em massa a Gush Katif e impedir em Agosto a sua evacuação.

Cerca de 15.000 agentes da polícia e efectivos do exército mantiveram cercados cerca de 7.000 activistas de direita em Kfar Maimón, onde na manhã de hoje estavam cerca de 1.500, segundo a polícia. Os restantes, segundo as fontes, regressaram a suas casas.

Enquanto isso, fonte do gabinete do primeiro-ministro Ariel Sharon adiantou esta manhã que a data da retirada israelita da Faixa de Gaza, prevista para meio de Agosto, poderá ser antecipada, justamente para frustrar os planos dos que querem infiltrar-se nos colonatos a evacuar.

"Vamos estudar a possibilidade de antecipar a data da retirada, o que é possível tanto do ponto de vista jurídico como operacional", afirmou a fonte, que pediu para ficar no anonimato.

A mesma fonte disse não ser capaz de fornecer mais detalhes sobre uma nova data para a retirada, mas sublinhou que a questão figura na agenda da reunião de sexta-feira entre Ariel Sharon e a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice.


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