Cerca de 200 refugiados rohingyas chegam novamente à Indonésia

por Lusa
Reuters/Stringer

Cerca de 200 rohingyas ficaram hoje retidos numa praia do oeste da Indonésia, onde desembarcaram durante a noite, numa altura em que o arquipélago enfrenta um fluxo maciço destes refugiados desde novembro.

Desde meados de novembro, mais de mil membros desta minoria muçulmana perseguida em Myanmar (antiga Birmânia) fugiram dos campos de refugiados no Bangladesh para chegar à província de Aceh por mar, a maior migração de rohingyas para a Indonésia desde 2015, de acordo com a agência da ONU para os refugiados (ACNUR).

Este último grupo, constituído maioritariamente por mulheres e crianças, desembarcou esta madrugada na região de Pidie, na província de Aceh, disseram as autoridades locais.

"Vão ficar no local onde desembarcaram. Desta vez, o governo não vai cobrir quaisquer despesas", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Muslim, diretor da Agência Social de Pidie, que, como muitos indonésios, tem apenas um nome.

Ao contrário das chegadas anteriores, as autoridades locais não se vão responsabilizar por fornecer tendas aos refugiados nem por satisfazer quaisquer outras necessidades, acrescentou, sublinhando que "já não há espaço" para alojamento de emergência.

Todos os anos, milhares de rohingya arriscam a vida em viagens marítimas perigosas e dispendiosas, muitas vezes em barcos em mau estado, na tentativa de chegar à Indonésia ou à Malásia.

O Bangladesh acolhe cerca de um milhão de rohingyas, que fugiram de Myanmar, país predominantemente budista, na maioria de campos onde as condições de vida são miseráveis.

Na quarta-feira, mais de uma centena de residentes de Aceh entraram em confronto com a polícia durante uma manifestação que exigia a deslocação dos refugiados que chegaram de barco à ilha de Sabang na semana passada.

Na sexta-feira, o Presidente indonésio, Joko Widodo, disse que o governo suspeitava que uma rede de tráfico de seres humanos estivesse por detrás deste fluxo maciço de refugiados.

A Indonésia não é signatária da Convenção das Nações Unidas sobre os Refugiados e diz não ser obrigada a aceitar a sua entrada no país.

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