CERN homenageia Einstein em ciberconferência maratona
Cientistas do Conselho Europeu para a Investigação Nuclear (CERN) e de outros centros de investigação física promovem quinta-feira na Internet uma conferência educativa interactiva dedicada a Einstein, para celebrar o Ano Internacional da Física.
Este evento sem precedentes, que irá durar 12 horas e terá por título "Para além de Einstein", incluirá actividades lúdicas para os mais jovens, como questionários sobre as três grandes teorias do célebre físico.
Ao longo desta experiência virtual, alguns dos mais conhecidos cientistas actuais, como Stephen Hawking e Paul Davies ou os prémios Nobel David Gross e Murray Gell-Mann, partilharão conhecimentos tanto com o público mais conhecedor como com principiantes.
Prevê-se também a participarão de pessoas de fora do mundo da física, como o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, que deverá dar conta da contribuição positiva dos refugiados nos seus países de adopção.
Isso porque o CERN não quer esquecer a parte humana de Albert Einstein (1879-1955), prémio Nobel da Física de 1921, que fugiu da Alemanha e se refugiou na Suíça, antes de obter a nacionalidade norte- americana.
Situado na fronteira entre a Suíça e a França, o CERN foi fundado em 1954 para atrair os cientistas europeus que fugiram do velho continente durante a Segunda Guerra Mundial.
Durante a conferência, os cientistas participantes intervirão em estúdios virtuais preparados para a ocasião pelo próprio CERN, o Centro Telecom do Futuro de Veneza (Itália), o Colégio Imperial de Londres, o Laboratório Fermi de Chicago e o Exploratorium de São Francisco, bem como o Museu da Ciência Bloomfield de Jerusalém e o Centro Nacional de Educação de Taipe.
A partir dessas sete principais plataformas científicas, o público poderá viajará até aos laboratórios de física e museus da ciência do mundo inteiro, numa visita virtual que os levará da Europa à América, à Ásia e até à Antártida.
Com esta iniciativa, o CERN e o Comité Internacional Directivo para o Ano Internacional da Física pretendem abrir o mundo científico a outros âmbitos e públicos.
Com esse objectivo, intervirão vários pioneiros da Internet como Peter Kirstein, Bob Kahnm e Robert Cailliau.
Os internautas poderão navegar nos múltiplos eventos organizados em cada laboratório e debater entre si e com os cientistas a relevância das descobertas de Einstein.
Meio século depois da sua fundação, o CERN converteu-se no grande laboratório mundial para o estudo da física de partículas, onde trabalham 9.000 pessoas.
A ele pertencem 20 países europeus, incluindo Portugal, além de países como os EUA, Rússia, Turquia, Índia, Israel ou o Japão, que têm estatuto de observadores, bem como a Comissão Europeia e a UNESCO.