China diz que o carvão vai ter papel menos dominante na geração de energia

A China, maior consumidor mundial de carvão, disse hoje que aquele combustível vai ter um papel menos dominante na sua matriz energética e, apesar dos planos para construir novas centrais a carvão, não vai utilizá-las em larga escala.

Lusa /
David Gray - Reuters

"No passado, o [carvão] era a principal fonte de energia. No futuro, vai ter o papel de fornecer flexibilidade à rede elétrica", apontou Li Gao, diretor-geral do Departamento para as Alterações Climáticas do Ministério do Ambiente da China, em conferência de imprensa.

"Ainda precisamos de uma certa quantidade de carvão (...), mas não vamos desenvolver centrais de geração a carvão em larga escala. Isso está muito claro e é regulado de forma restrita", acrescentou.

Os comentários de Li Gao seguem as promessas do Presidente chinês, Xi Jinping, de trabalhar com os Estados Unidos na redução das emissões de gases poluentes.

Li reconheceu que a China ainda está a construir novas centrais de geração a carvão, mas enfatizou que estas são diferentes das centrais tradicionais e não vão emitir tanta poluição como as instalações mais antigas.

Especialistas sobre o clima há muito defendem a proibição de construir novas centrais a carvão, o que seria um passo significativo.

Cerca de 60% do fornecimento da eletricidade na China assenta na queima do carvão. O país é a maior fonte mundial de gases com efeito estufa.

Durante a administração do anterior Presidente norte-americano, Donald Trump, os EUA usaram as emissões da China como desculpa para não agir e, no passado, a China apontou as emissões históricas dos EUA como razão para não tomar medidas.

Pequim definiu como objetivo que os combustíveis não fósseis representem 20% do consumo total da energia do país até 2025, o que exigirá mais investimentos em energia solar e eólica.

Alemanha e China concordaram, na segunda-feira, em intensificar a cooperação no combate às mudanças climáticas, com os dois países a discutir como reduzir o uso do carvão.

Xi anunciou no ano passado que a China vai atingir neutralidade nas emissões de carbono até 2060 e pretende atingir o pico das emissões até 2030.

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