China diz que "separatismo" está "condenado ao fracasso" em Taiwan
A tentativa fracassada de destituir sete deputados da oposição de Taiwan demonstra que o "separatismo" favorável à "independência" da ilha "vai contra a vontade do povo e está condenado ao fracasso", afirmou hoje o Governo Chinês.
Centenas de milhares de taiwaneses foram às urnas este sábado para votar a destituição de sete deputados do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição de Taiwan, no âmbito da segunda volta de um referendo revogatório realizada no território.
De acordo com dados da Comissão Eleitoral Central, nenhuma das sete propostas de destituição atingiu o limite mínimo de 25% dos votos favoráveis no respetivo distrito, nem conseguiu reunir mais votos positivos do que negativos.
A votação fazia parte da segunda volta de um referendo destinado a destituir 31 dos 39 legisladores do KMT eleitos por voto direto em janeiro de 2024.
Na primeira volta, realizada em 26 de julho, nenhuma das 24 iniciativas de destituição prosperou, o que representou um duro revés para o Partido Democrático Progressista (PDP) no poder, que procurava recuperar o controle de um Parlamento dominado pelo KMT e pelo minoritário Partido Popular de Taiwan (PPT).
"Depois da primeira volta da votação, em 26 de julho, o povo de Taiwan voltou a dizer `não` à maliciosa farsa política do PDP", declarou hoje o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Executivo chinês, Zhu Fenglian, em declarações recolhidas pela agência Xinhua.
Este referendo foi promovido por organizações civis próximas do governo da ilha, que criticavam algumas das principais iniciativas promovidas pela oposição, entre elas a ampliação dos poderes de supervisão parlamentar, cortes no orçamento e as tentativas de obstrução do trabalho do Tribunal Constitucional.
O Governo chinês, que considera Taiwan como uma "parte inalienável" do seu território, expressou em várias ocasiões a sua rejeição ao processo de destituição, alinhando-se publicamente com as posições do Kuomintang (em mandarim, Partido Nacionalista Chinês).
Embora a formação da oposição não defenda a "unificação" formal de Taiwan com a República Popular da China, defende a melhoria da comunicação entre Taipé e Pequim, posição que contrasta com a do atual Executivo taiwanês, mais inclinado à soberania e ao fortalecimento das relações com os Estados Unidos e outros países ocidentais.