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China restringe acesso ao ChatGPT devido a promoção de "propaganda política"
As principais empresas de tecnologia da China estão a ser obrigadas, pelo Governo chinês, a restringir o acesso ao ChatGPT. O chatbot norte-americano que está a conquistar o mundo tecnológico não está oficialmente disponível no país, mas há quem consiga aceder através de VPN ou aplicações externas e as autoridades chinesas alegam que o serviço de Inteligência Artificial promove "propaganda política" dos Estados Unidos e partilha "informações falsas".
O ChatGPT, desenvolvido pelo laboratório de investigação OpenAI, não está oficialmente disponível na China, mas várias aplicações da plataforma chinesa WeChat já permitiram o acesso ao chatbot, sem o uso de VPN ou número de telefone estrangeiro. Contudo, as empresas tecnológicas viram-se obrigadas a restringir também esses acessos.
No início desta semana, os serviços ChatGPT Robot e AIGC Chat Robot anunciaram que os programas foram suspensos devido a “violação de leis e regulamentos relevantes”. Mas não foram os únicos. Também o ChatgptAiAi e Chat AI Conversation informaram que os serviços de acesso ao ChatGPT foram descontinuados devido a “mudanças comerciais relevantes” e mudanças nas políticas de uso.
Empresas maiores no ramo da tecnologia, como a Tencent Holdings e o Ant Group, afiliado do Alibaba Group Holding, foram ainda instruídas a não oferecer acesso aos serviços ChatGPT nas suas plataformas, diretamente ou através de terceiros. Além disso, as empresas de tecnologia passam a ser obrigadas a ter de informar os reguladores antes de lançar os próprios serviços semelhantes ao ChatGPT.
No início desta semana, os serviços ChatGPT Robot e AIGC Chat Robot anunciaram que os programas foram suspensos devido a “violação de leis e regulamentos relevantes”. Mas não foram os únicos. Também o ChatgptAiAi e Chat AI Conversation informaram que os serviços de acesso ao ChatGPT foram descontinuados devido a “mudanças comerciais relevantes” e mudanças nas políticas de uso.
Empresas maiores no ramo da tecnologia, como a Tencent Holdings e o Ant Group, afiliado do Alibaba Group Holding, foram ainda instruídas a não oferecer acesso aos serviços ChatGPT nas suas plataformas, diretamente ou através de terceiros. Além disso, as empresas de tecnologia passam a ser obrigadas a ter de informar os reguladores antes de lançar os próprios serviços semelhantes ao ChatGPT.
De acordo com a imprensa internacional, os reguladores chineses pediram às principais empresas de tecnologia do país para não oferecerem esse tipo de serviço, numa altura em que Pequim manifesta uma crescente preocupação com as respostas sem censura do chatbot norte-americano às perguntas dos utilizadores.
“A nossa opinião desde o início é que o ChatGPT nunca poderá entrar na China devido à censura e a China vai precisar das suas próprias versões do ChatGPT”, disse um executivo de uma empresa líder em tecnologia, à CNN.
"Propaganda", "informações falsas" e direitos humanos
Desde que o ChatGPT surgiu e começou a conquistar utilizadores em todo o mundo, foram várias as empresas de tecnologias e universidades chinesas que começaram a tentar desenvolver serviços semelhantes. Embora garantam que os serviços apenas se assemelham ao chatbot norte-americano e que não interagem diretamente com o ChatGPT, os serviços foram suspensos.
No início desta semana, os media estatais chineses divulgaram os supostos perigos do ChatGPT, classificando-o como uma ferramenta para os EUA “espalharem informações falsas e manipularem a opinião pública”.
Uma publicação do China Daily refere que as perguntas feitas ao ChatGPT sobre Xinjiang tinham sempre respostas “consistentes com a propaganda política do Governo dos EUA de que existe o chamado 'genocídio'”.
Uma publicação do China Daily refere que as perguntas feitas ao ChatGPT sobre Xinjiang tinham sempre respostas “consistentes com a propaganda política do Governo dos EUA de que existe o chamado 'genocídio'”.
Recorde-se que, apesar de haver denúncias sobre violações em massa dos direitos humanos em Xinjiang contra minorias étnicas, o Governo de Xi Jining continua a negar.
Ilaria Carrozza, investigadora do Peace Research Institute Oslo, disse ao Guardian que a repressão não é uma surpresa.
“A OpenAI não permitia que as pessoas na China se registassem, por isso havia algumas barreiras, mas não estava totalmente bloqueada”, explicou.
“O modelo é baseado em informações abertas de países ocidentais. Potencialmente, levanta muitos problemas [para o Governo chinês], porque as pessoas podiam usá-lo para levantar questões sobre tópicos delicados, como abusos dos direitos humanos em Xinjiang, Taiwan, nas ilhas Diaoyu".
A repressão da China ao ChatGPT acontence numa altura em que as tensões entre as duas maiores economias do mundo continuam a aumentar. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no início da semana que novas informações sugerem que Pequim podia fornecer "apoio letal" à Rússia na guerra da Ucrânia, o que tem preocupado a comunidade internacional que receia uma nova guerra fria.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, por sua vez, disse que as alegações eram falsas e acusou Washington de espalhar mentiras.
A repressão da China ao ChatGPT acontence numa altura em que as tensões entre as duas maiores economias do mundo continuam a aumentar. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no início da semana que novas informações sugerem que Pequim podia fornecer "apoio letal" à Rússia na guerra da Ucrânia, o que tem preocupado a comunidade internacional que receia uma nova guerra fria.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, por sua vez, disse que as alegações eram falsas e acusou Washington de espalhar mentiras.