Choque entre manifestantes e polícia no sul do Irão por falta de água

por Lusa

Teerão, 01 jul (Lusa) - Manifestantes e polícias entraram em confronto nas últimas horas na cidade de Jorramshahr, localizada no sudoeste do Irão junto à fronteira com o Iraque, durante protestos populares motivados principalmente pela escassez e má qualidade da água.

Os protestos começaram pela noite numa das principais praças da cidade, onde se concentraram pelo menos 500 pessoas, a maioria jovens, segundo a agência oficial de notícias Irna.

A polícia tentou dispersar os jovens, que gritavam palavras de ordem contra o Governo e exigiam uma solução para o problema da qualidade da água potável nas cidades de Jorramshahr e Abadan, na província de Juzestán.

Durante os confrontos, o governador de Jorramshahr e o imã da oração de sexta-feira apareceram entre a população para pedir calma.

A Irna não explicou se houve vítimas dos confrontos, enquanto canais opositores nas redes sociais informaram da morte de duas pessoas, dados que nao puderam ser confirmados de modo independente.

Nesses canais, numerosos vídeos dos confrontos foram publicados, nos quais foram ouvidos tiros, se mostravam contestores incendiados pelos manifestantes e lançamento de gás lacrimogéneo pelos agentes de segurança.

A população da província de Khuzestan, a mais rica do Irão pelas suas reservas de petróleo e gás, vive em condições precárias e enfrenta problemas como tempestades de areia vindas do Iraque e escassez de água e eletricidade.

Os habitantes dessas zonas acusam as autoridades iranianas de darem água para o Iraque, em particular para a cidade de Basra, mas as autoridades locais negam.

Nos últimos meses, houve fortes protestos e greves de diferentes setores contra as autoridades em muitas cidades do Irão, motivadas pela atual crise económica.

Esta semana, o Grande Bazar de Teerão e outros importantes centros comerciais da capital fecharam as portas devido à forte desvalorização da moeda local.

No final de dezembro passado, manifestações contra a fome, que levaram a críticas contra o sistema da República Islâmica, espalharam-se por todo o país e resultaram em 25 mortes e mil detidos.

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