Chuvas na ilha de São Vicente causaram mortos, desaparecidos e danos nunca antes vistos
O presidente da Câmara Municipal da ilha de São Vicente, Cabo Verde, descreveu esta segunda-feira como "sem precedentes" a intensidade das chuvas que atingiram o território, causando sete mortos, vários desaparecidos e "danos nunca antes vistos na região".
"Parece nunca ter acontecido nos nossos tempos em São Vicente, pelo menos danos deste tipo", afirmou Augusto Neves, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).
"Foi para nós uma surpresa, ficámos aflitos pela impotência, por saber da situação que as famílias passaram durante a noite, e começámos a mobilizar tudo no sentido de ultrapassar a situação com a maior rapidez possível. Temos contactado todas as empresas sediadas e instituições, para que juntos possamos ultrapassar esta crise", acrescentou.
O autarca referiu que "não esperavam esta intensidade da chuva na ilha", mas que "já está tudo mobilizado", incluindo máquinas no terreno para abrir acessos em zonas isoladas e prestar apoio a feridos.
"Para além dos sete mortos, há muitos desaparecidos. Estamos no período das chuvas e sempre nos preparámos, mas com esta intensidade nunca esperávamos, nem pensávamos que o epicentro fosse no centro da cidade. Precisamos do apoio de toda a população para fazermos o levantamento dos prejuízos e colocar a ilha novamente a funcionar nas condições ideais", reforçou.
O Governo cabo-verdiano declarou estado de calamidade nas ilhas de São Vicente e Santo Antão.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram ruas inundadas, casas parcialmente destruídas, pavimentos e calçadas levantados e detritos espalhados, evidenciando a força das chuvas que atingiram São Vicente.
Além disso, várias viaturas e estabelecimentos comerciais foram destruídos, postes caíram e as ruas tomadas por enxurradas.
O Governo português já expressou "profundo pesar pelas vítimas da tempestade", apresentando "condolências às famílias, ao povo irmão cabo-verdiano e às autoridades, manifestando todas as formas de solidariedade".