O ciclone tropical Dineo fez esta semana sete vítimas mortais e afetou 130 mil pessoas em Inhambane, província do sul de Moçambique. Este balanço, ainda provisório, foi avançado nas últimas horas pelo Centro Nacional Operativo de Emergência daquele país africano.
“Neste momento, decorrem os trabalhos para atualização de dados, mas temos problemas devido a falta de comunicação”, explicou o responsável, para acrescentar que parte considerável da província de Inhambane, a mais fustigada pelo ciclone tropical, ficou às escuras por causa da queda de postes de energia.
Além das sete mortes confirmadas, o ciclone destruiu cerca de 20 mil habitações. Os danos abrangem também 104 salas de aula. Estima-se que o fenómeno meteorológico tenha afetado um total de 130 mil pessoas no sul do país.
As autoridades moçambicanas estavam ontem “a providenciar tendas e alimentos para as famílias afetadas”.
Há danos significativos em Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Zavala, Homoíne, Vilanculos, Inharrime e Inhassoro. Foram mesmo ativados centros operativos de emergência em todos estes distritos costeiros.
“Muita força e coragem”
O Dineo abateu-se há três dias sobre a costa de Inhambane. Em declarações à agência Lusa, Acácio Tembe, do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, explicou que o ciclone perdeu entretanto força.
“Neste momento, podemos dizer que já nem é um ciclone, mas sim é uma depressão tropical. Está a perder força e agora dirige-se para o norte da província de Gaza, onde poderá parar na fronteira com a África do Sul”, indicava na quinta-feira o meteorologista moçambicano.
Pelas 12h00 da passada quarta-feira, a velocidade do ciclone havia atingido mais de 100 quilómetros por hora; as rajadas de vento aproximavam-se dos 150 quilómetros por hora.
O Presidente moçambicano exprimiu preocupação para com as populações do sul do país e prometeu acautelar toda a assistência necessária.
“Queremos aqui deixar uma mensagem de muita força e coragem e o Governo tudo fará para dar uma resposta o mais rápido possível aos efeitos deste desastre natural”, afiançou Filipe Nyusi, ao intervir em Maputo na abertura do Primeiro Seminário Internacional da Rede de Provedores de Justiça.
c/ Lusa