Ciclone Dineo faz sete mortos no sul de Moçambique

O ciclone tropical Dineo fez esta semana sete vítimas mortais e afetou 130 mil pessoas em Inhambane, província do sul de Moçambique. Este balanço, ainda provisório, foi avançado nas últimas horas pelo Centro Nacional Operativo de Emergência daquele país africano.

RTP /
A província mais atingida pelo ciclone foi a de Inhambane, onde ficaram destruídas cerca de 20 mil casas Goran Tomasevic - Reuters

Ao final da tarde de quinta-feira, Maurício Xerinda, diretor do Centro Nacional Operativo de Emergência de Moçambique, fez a avaliação provisória dos estragos causados pelo Dineo. São 51 os edifícios públicos moçambicanos parcialmente destruídos pelo Dineo. Quarenta e nove unidades de saúde ficaram danificadas e caíram pelo menos três torres de comunicações.


“Neste momento, decorrem os trabalhos para atualização de dados, mas temos problemas devido a falta de comunicação”, explicou o responsável, para acrescentar que parte considerável da província de Inhambane, a mais fustigada pelo ciclone tropical, ficou às escuras por causa da queda de postes de energia.

Além das sete mortes confirmadas, o ciclone destruiu cerca de 20 mil habitações. Os danos abrangem também 104 salas de aula. Estima-se que o fenómeno meteorológico tenha afetado um total de 130 mil pessoas no sul do país.

As autoridades moçambicanas estavam ontem “a providenciar tendas e alimentos para as famílias afetadas”.

Há danos significativos em Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Zavala, Homoíne, Vilanculos, Inharrime e Inhassoro. Foram mesmo ativados centros operativos de emergência em todos estes distritos costeiros.
“Muita força e coragem”

O Dineo abateu-se há três dias sobre a costa de Inhambane. Em declarações à agência Lusa, Acácio Tembe, do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique, explicou que o ciclone perdeu entretanto força.

“Neste momento, podemos dizer que já nem é um ciclone, mas sim é uma depressão tropical. Está a perder força e agora dirige-se para o norte da província de Gaza, onde poderá parar na fronteira com a África do Sul”, indicava na quinta-feira o meteorologista moçambicano.

Pelas 12h00 da passada quarta-feira, a velocidade do ciclone havia atingido mais de 100 quilómetros por hora; as rajadas de vento aproximavam-se dos 150 quilómetros por hora.

O Presidente moçambicano exprimiu preocupação para com as populações do sul do país e prometeu acautelar toda a assistência necessária.

“Queremos aqui deixar uma mensagem de muita força e coragem e o Governo tudo fará para dar uma resposta o mais rápido possível aos efeitos deste desastre natural”, afiançou Filipe Nyusi, ao intervir em Maputo na abertura do Primeiro Seminário Internacional da Rede de Provedores de Justiça.

c/ Lusa
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