"Com a totalidade das provas que reunimos contra ele, estamos certos que Bruce Ivins é a única pessoa responsável pelos ataques", declarou o procurador Jeffrey Taylor em conferência de imprensa.

As cartas com `antrax`, que foram enviadas para meios de comunicação social e grandes instituições, em Outubro e Novembro de 2001, provocaram a morte de cinco pessoas.

O principal suspeito, Bruce Ivins, um biólogo de 62 anos que trabalhava há 18 anos num laboratório militar em Maryland, suicidou-se a semana passada.

"Depois de uma investigação meticulosa, chegámos à conclusão que Bruce Ivins é o responsável pela morte, pela doença e pelo medo causado ao nosso país com o envio de cartas com `antrax` em 2001, e que ele agiu sozinho", acrescentou ainda Joseph Persichini, responsável pelo inquérito do FBI, durante a conferência de imprensa.

O procurador Jeffrey Taylor precisou também que existem provas que permitem concluir que o cientista americano colocou o `antrax` nos envelopes, que enviou depois por correio.

As autoridades judiciais americanas tornaram hoje públicos os documentos da investigação realizada nos últimos sete anos, que tinha o nome de código "Amerithrax", nomeadamente depoimentos de testemunhas e análises grafológicas realizadas às cartas anónimas.

O FBI relevou ainda que, no âmbito do inquérito, "um dos maiores e mais complexos" da história dos Estados Unidos da América, foram realizadas mais de 9.100 interrogatórios.

Ainda segundo os documentos agora tornados públicos, durante a investigação, Bruce Ivins foi incapaz de dar "uma explicação adequada" para justificar as horas tardias a que saia do laboratório na altura dos ataques e tentou enganar os investigadores.

A documentação relativa à investigação sobre o caso das cartas com `antrax` revela ainda que dias antes dos ataques o cientista escreveu um e-mail a avisar que Osama Bin Laden tinha `antrax` e tinha declarado guerra aos Estados Unidos da América e a Israel.

Os inspectores referem também que a linguagem utilizada nos e-mails era similar às palavras utilizadas nas cartas com `antrax`.

Os documentos revelam igualmente que o FBI realizou buscas à casa, carro, computador e cofre do biólogo a 02 de Novembro de 2007.

Ao mesmo tempo que a documentação sobre a investigação era tornada pública, o FBI falou com as famílias das vítimas para lhe dar a conhecer pormenores do caso que esteve a ser investigado nos últimos sete anos.

Bruce Ivin estava a ser investigado há mais de um ano e, de acordo com a agência EFE, tinha já sido notificado pelo Departamento de Justiça norte-americano sobre a possibilidade de vir a ser iniciada de uma investigação contra si por homicídio.

VAM.

Lusa/Fim