Cientistas explicam mecanismo de adaptação das plantas à luz

A capacidade de adaptação das plantas às mudanças de luz e o funcionamento permanente do seu sistema vital, a fotossíntese, deve-se a uma proteína - conclui um estudo hoje publicado pela revista Nature.

Agência LUSA /

Embora se soubesse que as plantas utilizam a energia solar para produzir açúcares através da fotossíntese, ignorava-se como é que conseguiam adaptar este aparelho às alterações frequentes do meio ambiente, nomeadamente às variações da energia luminosa incidente.

Uma equipa de biólogos da Universidade de Genebra (Suíça) dirigida por Jean-David Rochaix, e Gilles Peltier, do Laboratório de Ecofisiologia da Fotossíntese de Cararache (França), conseguiu agora esclarecer este mistério.

Segundo a Nature, estes investigadores identificaram uma das moléculas chave deste processo, uma proteína "quinase" (enzima com capacidade de activar outra enzima) das plantas superiores que é indispensável a este processo, conhecido por "transições de estado".

Depois de há dois anos terem revelado a existência dessa quinase (Stt7) nas algas, os cientistas da equipa de Rochaix descobriram a homóloga desta quinase (STN7) nas plantas superiores.

Com esse objectivo, estudaram linhagens de plantas geneticamente modificadas para verificar se uma proteína homóloga, neste caso a STN7, cumpria a mesma função nas plantas superiores, utilizando a planta modelo dos biólogos moleculares, a Arabidopsis thaliana.

Assim, ao exporem a luz solar variável, por um lado, uma planta mutante desprovida da quinase STN7 e, por outro, uma planta selvagem vulgar, constataram que esta se desenvolvia muito mais do que a outra.

Segundo os autores do estudo, estas observações mostraram de que modo a ausência da quinase afecta o crescimento das plantas em condições de iluminação aleatória e contribuíram para uma melhor compreensão da extraordinária capacidade de adaptação das plantas ao clima.

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