Cientistas surpreendidos pelo achado da maior e mais longa colónia de seres vivos marinhos

Quando equacionamos já saber muito do existente no planeta Terra, ele acaba sempre por nos surpreender. Desta vez foi descoberto por uma equipa de pesquisa de uma ONG oceânica da Califórnia, Schmidt Ocean Institute, na costa australiana, um orgânico vivo oceânico, já conhecido, mas que cresceu e deu origem a mais larga forma de vida encontrada no nosso planeta.

Nuno Patrício - RTP /
Foto: Schmidt Ocean/DR

Esta forma de vida aquática assemelha-se a um objeto feito pelo homem ou mesmo chegando a "roçar" a prova de vida alienígena. De nome científico Apolemia Sifonóforo este ser vivo apresenta a estrutura tentacular mais longa do mundo.

A Apolemia Sifonófora, embora conhecida em alguns lugares como "coisa longa e mesquinha”, esta enorme criatura semelhante a um tentáculo foi encontrada 630 metros abaixo da superfície do oceano na costa australiana. 

Esta entidade não é um único ser vivo, mas na verdade é uma colónia de pequenas criaturas chamadas zooids, que se unem e se clonam para se tornar uma entidade coesa.

"No seu conjunto todo parece um animal, mas são muitos milhares de indivíduos que formam uma entidade a nível superior", afirmou o biólogo marinho da Brown University Stefan Siebert à Wired em 2014.

Os zooóides funcionam como órgãos, essencialmente, cumprindo cada um uma única função para a colónia, ora digerindo alimentos, picando presas, movendo-se ou mesmo apenas para se reproduzir. 


Apesar de seu tamanho maciço, o organismo provavelmente é tão grosso quanto uma vassoura, de acordo com o Instituto Schmidt Ocean.

Como os dados acima mostram, o sinfonóforo não é uma nova descoberta. De facto, eles são vistos regularmente. No entanto, esta descoberta de enorme tamanho é "arrepiante" para muitos especialistas.

"Todo mundo ficou impressionado quando surgiu aos nossos sensores", referiram os biólogos Nerida Wilson e Lisa Kirkendale, do Western Australian Museum, ao Science Alert.

"Houve muita emoção. Pessoas entraram na sala de controlo de todo o navio. É comum ver-se Sifonóforos, mas este era tão grande e de aparência incomum."

A bióloga da Universidade da Carolina do Norte Asheville, Rebecca Helm, refere mesmo numa publicação do Twitter, que este ser fazia com que a água parecesse ter ganhado vida., durante o seu ato de caça, para se alimentar.

"A maioria das colónias de sifonóforos que eu vi tinha talvez 20 cm de comprimento, talvez um metro. Mas este animal é enorme. E não apenas maciça, a colónia exibia um comportamento impressionante: é a caça ", disse Helm.
"Esta colónia de sifonóforos normalmente cria uma linha, tipo cortina de tentáculos mortais em mar aberto", refere. "Mas neste caso, o animal estava a caçar numa espécie de espiral semelhante a uma galáxia."

Não ficou claro entre os investigadores qual o tamanho exato deste ser comunitário. Mas estima-se que o anel externo media cerca de 47 metros, e todo o sinfonóforo poderia medir até cerca de 120 metros em expiral. Sendo estas medições uma estimativa por baixo.

Dentro do contexto da fauna conhecida, o animal normalmente considerado o maior do mundo, a baleia azul, geralmente atinge 30 metros de comprimento. Este pelo já referido coloca este mamífero a "anos-luz" pelo tamanho.

Embora tenha sido uma descoberta incrível, o sínfonóforo foi apenas uma das várias descobertas notáveis feitas pela Expedição Ningaloo Canyons, composta por pesquisadores de Schmidt, Museu da Austrália Ocidental e Scripps Institution of Oceanography em seu estudo dos canions profundos e pouco explorados perto Costa de Ningaloo, na Austrália Ocidental.

Exemplo disso mesmo é este exemplar marinho das prefundezas oceanicas que mais parece uma criatura criada para a animação Pokemon


Estacionada a bordo do navio de pesquisa R / V Falkor , a equipa usou um veículo operado remotamente (ROV) para explorar e também amostras seguras da região em alto mar.

"A profundidade média do oceano é de quase quatro mil metros ... e mal começamos a descobrir o que há nessa profundidade", descreve o Instituto Schmidt Ocean num vídeo publicado no YouTube da expedição.


"Descobrimos um hidróide solitário, um parente de coral e anémona-do-mar com mais de um metro de altura, cujas imagens acho que se tornarão a imagem icónica do cruzeiro; provavelmente será uma nova espécie", disse o especialista em invertebrados marinhos da Scripps, Dr. Greg Rouse.

Além de novas espécies, a expedição também serviu para capturar imagens e amostras de espécies nunca antes vistas na região.

Raros achados, à medida que a expedição explorava regiões do oceano, nunca antes contemplados pelos olhos humanos.
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