Cimeira das economias emergentes começa em Joanesburgo

A cidade de Joanesburgo, a capital económica da África do Sul, vai acolher a partir desta terça-feira, e até à próxima quinta-feira, a 15.ª cimeira do bloco BRICS, marcada pela polémica ausência do presidente russo, Vladimír Putin.

Lusa /

O Irão é um dos países convidados a participar na cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS, o bloco de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A Rússia vai estar representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov. O presidente Vladimir Putin decidiu não comparecer à cimeira devido ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra na Ucrânia, segundo as autoridades sul-africanas.

Pretória convidou mais de 60 líderes do Sul Global para o evento, em Sandton - o subúrbio mais rico situado no norte de Joanesburgo -, incluindo os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Bolívia, Luis Arce, que irá decorrer sob fortes medidas de "segurança máxima" da polícia sul-africana (SAPS) e do exército (SANDF).

Estão também convidados vinte dignitários de organizações internacionais, como o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e o Presidente da Comissão da União Africana (AUC, na sigla em inglês), Moussa Faki Mahamat.

Além da expansão do grupo, a cimeira dos BRICS também deverá debater a "desdolarização" entre os países membros optando pelas respetivas moedas nacionais, a exemplo da política em curso que a Índia pretende potencializar com a rupia indiana, ou possivelmente através de uma "moeda única" como defende o Presidente do Brasil, Lula da Silva.

Os países BRICS representam mais de 42% da população mundial e 30% do território do planeta, além de 23% do produto interno bruto (PIB) e 18% do comércio global, sendo os maiores parceiros comerciais de África, segundo o governo sul-africano.
 
O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 e estabeleceu uma agenda focada na reforma da ordem internacional, visando maior protagonismo dos países emergentes em organizações como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.

Observadores consideram que a China vai pressionar esta semana o bloco para se tornar um rival em grande escala do grupo dos sete países mais industrializados (G7).

No entanto, a posição de Pequim não é partilhada por outros membros. Em particular, África do Sul e Índia recusam que o bloco se converta numa força política que desafie abertamente o Ocidente.


PUB