Colonatos ilegais. Israel não pode ter apoio dos EUA, diz candidata presidencial

A democrata, escritora e líder espiritual Marianne Williamson quer limitar o apoio militar norte-americano a Israel enquanto houver colonatos ilegais e não existir "paz e justiça" nos territórios ocupados da Palestina. Numa entrevista ao Middle East Monitor, a candidata à Casa Branca apontou o dedo a Israel e criticou a falta de "intervenção de Biden" no conflito entre israelitas e palestinianos, garantindo que, sendo eleita presidente, o dinheiro dos EUA não será usado de formas que transgridam os valores norte-americanos.

Inês Moreira Santos - RTP /
RTP

“Os colonatos são ilegais. A ocupação é ilegal”, começou por afirmar Marianne Williamson aos jornalistas, acrescentando que também o bloqueio de Gaza “é imoral e errado”.

Entre as críticas, Williamson frisou que “há uma falha moral na fundação do Estado de Israel, assim como houve uma falha moral na fundação dos Estados Unidos”, mas os EUA “tiveram de lidar com essa questão” e “o Estado israelita também tem de o fazer”.

“Assim como dizem no movimento Black Lives Matter – ‘sem justiça, sem paz’ – o mesmo se aplica a Israel”.

Israel tem de lidar com isto, explicou, porque “não haverá paz até que haja justiça” e uma solução militar. Contudo, um dos problemas é que o atual Governo israelita é o “mais à direita” que o país teve.

“Este nem é o Netanyahu que chegou há uns anos. Portanto, neste ponto, os Estados Unidos precisam deixar muito claro que o teor básico e os padrões básicos de comportamento do governo israelita vão contra os nossos próprios valores, vão contra os valores que consideramos que devemos apoiar de alguma forma”, destacou ainda.

Questionada sobre o apoio militar e financeiro de Washington aaos israelitas, a candidata e escritora de livros de autoajuda explicou que está em vigor um acordo até 2028 e que seria necessário o Congresso norte-americano mudar a legislação para suspender qualquer apoio.

“Os Estados Unidos podem dizer que o dinheiro não irá de forma alguma para ações nos colonatos, ou em medidas nos territórios ocupados, que de alguma forma transgridam os nossos valores”.

Se for eleita presidente dos Estados Unidos, Marianne garante que “deixaria isso claro”.

“A abordagem de Biden [nesta questão] sem intervenção não é aceitável”, condenou ainda, referindo-se ao atual presidente norte-americano.

De forma esclarecedora, a candidata norte-americana especificou que não queria limitar apenas o apoio militar a Israel, enquanto não houver justiça e paz no território, como também qualquer tipo de ajuda.

“Como presidente, eu diria: esse dinheiro não pode ser usado de forma alguma que transgrida os nossos valores. E eu diria isso, e isso tem de ser dito”.

Marianne Williamson anunciou a candidatura à presidência dos Estados Unidos em março deste anos. Apresenta-se como democrata, escritora e líder espiritual e propõe uma visão de justiça e amor para o país.
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