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Com origem nos EUA. A história do programa nuclear iraniano
Nas últimas semanas, Israel e Estados Unidos tiveram como alvo mais significativo em território iraniano as instalações nucleares. Mas como surgiu o programa nuclear iraniano e qual a sua história ao longo das últimas décadas?
Em 1967, o Irão recebeu seu primeiro reator nuclear de pesquisa dos EUA para utilizar com fins medicinais.
Em 1974, o Xá chegou a anunciar planos ambiciosos de construir até 23 centrais nucleares com ajuda da Alemanha, França e Estados Unidos.
Mas a 1979 o regime ocidental do Xá caiu e deu-se a revolução Islâmica, liderada pelo aiatola Khomeini.
O primeiro líder supremo do Irão optou inicialmente por suspender o programa nuclear, considerando-o %u201Cocidentalizado e desnecessário%u201D.
No final da guerra entre Irão e Iraque, Teerão firmou acordos com a Rússia para retomar a construção da central nuclear de Bushehr e começou a desenvolver instalações secretas.
Em 2002, há uma relevante denúncia de um grupo de oposição iraniano, a Organização dos Mujahidin do Povo Iraniano (também conhecida como MEK) que revela a existência de instalações nucleares secretas em Natanz e Arak, levantando suspeitas de que o Irão queria uma arma nuclear e que o programa não seria, afinal, de índole civil como o regime sempre defendeu.
Entre 2003 e 2005 a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou investigações. O Irão aceitou suspender parte de seu programa, mas as negociações fracassaram e o Irão retomou o enriquecimento de urânio, o que levou à imposição de sanções por parte do Conselho de Segurança da ONU.
Em 2013, após a eleição do presidente Hassan Rouhani, um moderado, foram retomadas as negociações com o Ocidente. Em 2015, foi alcançado um acordo com Teerão (JCPOA), sob a égide da Administração Obama, mas também com China, Rússia, França, Alemanha, Reino Unido e a representação da União Europeia.
Este entendimento previa a limitação do programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções internacionais. Viria a ser rasgado em 2018 pelo então presidente norte-americano, Donald Trump, que reestabeleceu sanções.
Depois disso, o Irão começou a violar gradualmente os termos do acordo, enriquecendo urânio além dos limites que tinha aceitado anteriormente, razão que foi apontada por Israel e Estados Unidos para os ataques das últimas semanas.