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COVID-19
Com recolher obrigatório ineficaz, França prepara novo confinamento
As novas variantes do coronavírus já circulam em França e rapidamente se propagaram nas últimas semanas. O ministro francês da Saúde anunciou, esta quinta-feira, que o recolher obrigatório atualmente em vigor pode não ser suficiente para reduzir o aumento de casos no país e, por isso, o governo está a preparar-se para agravar as medidas de combate à pandemia.
"Claramente, a eficácia do recolher obrigatório às 18h00 está a diminuir e não é suficiente para reverter o vírus", afirmou Olivier Véran, esta quinta-feira.
Numa conferência de imprensa para fazer um balanço sobre a situação epidemiológica do país, o ministro da Saúde assegurou que nos próximos dias irão ser anunciadas novas medidas mais rígidas, incluindo um terceiro confinamento geral.
Segundo Olivier Véran, o vírus circulou "mais rápido a cada semana", apesar do recolher obrigatório em vigor no território nacional há dez dias.
"Estamos num patamar crescente", disse, recordando que há cerca de "20 mil casos positivos diagnosticados todos os dias" - um valor que aumenta em média dez por cento todas as semanas.
"Estamos num patamar crescente", disse, recordando que há cerca de "20 mil casos positivos diagnosticados todos os dias" - um valor que aumenta em média dez por cento todas as semanas.
São sobretudo as novas variantes do Sars-Cov-2, consideradas mais contagiosas, que aumentam o receio das autoridades. Véran confirmou que tanto a estirpe do Reino Unido como a da África do Sul já estão a circular ativamente em França e que, por esse motivo, o número de pacientes infetados com estas variantes aumentou de uma média de 500 casos por dia no início de janeiro para mais de dois mil nos últimos dias.
"Consideramos estas novas variantes como novos vírus. Precisamos de evitar uma pandemia dentro da pandemia", disse Veran. Estas estirpes "provavelmente vão levar-nos a uma onda epidémica muito forte, ainda mais forte do que as anteriores", alertou o ministro da Saúde.
"Consideramos estas novas variantes como novos vírus. Precisamos de evitar uma pandemia dentro da pandemia", disse Veran. Estas estirpes "provavelmente vão levar-nos a uma onda epidémica muito forte, ainda mais forte do que as anteriores", alertou o ministro da Saúde.
"O que queremos evitar é uma nova epidemia que ainda não é verdadeiramente visível em França, mas que tudo nos leva a crer que será uma realidade muito rápida e dura se nada fizermos".
Sistemas de saúde altamente pressionados
O ministro revelou ainda que também "a pressão sobre os sistemas de saúde e a pressão hospitalar voltaram a aumentar".
"Nas últimas duas semanas, há casos mais graves no hospital do que pessoas que podem ter alta" , acrescentou, revelando que há em média 250 pacientes internados em cuidados intensvios todos os dias.
"Nas últimas duas semanas, há casos mais graves no hospital do que pessoas que podem ter alta" , acrescentou, revelando que há em média 250 pacientes internados em cuidados intensvios todos os dias.
Véran afirmou ainda que cerca de 60 por cento das camas nas unidades de cuidados intensivos estão ocupadas por pacientes com Covid-19 e que, a continuar assim, os hospitais franceses vão ter de começar a transferir doentes para outros países.
Na quarta-feira, a França registou mais 26.916 casos de infeção, com os internamentos a superarem os 27 mil - sendo que 3.107 desses pacientes estão internados nos cuidados intensivos, o que corresponde a valores semelhantes aos do período imediatamente antes do segundo confinamento em França.
"Nós temos de ficar parados. (...) Todas as medidas necessárias para aliviar, acalmar e proteger foram, são e serão tomadas", concluiu Olivier Véran.
De forma a tomar decisões nos próximos dias, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, vai reunir-se com os parceiros sociais assim como com os grupos políticos para encontrar medidas consensuais na luta contra a covid-19.
Num cenário de confinamento mais rigoroso, as escolas poderão vir a fechar, algo que está a inquietar os pais, os professores e os pediatras, com os últimos a consideraram que voltar a ficar sem aulas pode ter "um efeito na saúde mental e social" das crianças, segundo a Sociedade Francesa de Pedriatria.
Até ao balanço de quarta-feira, já tinham morrido em França 74.106 pessoas e já foram confirmados 3.079.943 casos positivos.
Num cenário de confinamento mais rigoroso, as escolas poderão vir a fechar, algo que está a inquietar os pais, os professores e os pediatras, com os últimos a consideraram que voltar a ficar sem aulas pode ter "um efeito na saúde mental e social" das crianças, segundo a Sociedade Francesa de Pedriatria.
Até ao balanço de quarta-feira, já tinham morrido em França 74.106 pessoas e já foram confirmados 3.079.943 casos positivos.