Comandante da União Africana e tradutor retidos pelos rebeldes
Um comandante militar da missão da União Africana (UA) no Sudão e um tradutor encontravam-se hoje retidos por um grupo rebelde do Darfur, revelou o porta-voz da organização em Cartum.
A mesma fonte adiantou que outros 16 elementos da missão da UA no Sudão, AMIS, foram capturados e posteriormente libertados.
O militar e o tradutor estão retidos em Tina, uma localidade próxima da fronteira com o Chade, no Oeste do Sudão, precisou o porta- voz, adiantando que decorrem conversações para a sua libertação.
De acordo com as primeiras informações recolhidas, os assaltantes pertencem a uma facção dissidente de um dos dois movimentos rebeldes de Darfur, o Movimento para a Justiça e a Igualdade (JEM).
Sábado, pela primeira vez, três soldados nigerianos da AMIS e dois civis que trabalhavam para ela foram mortos numa emboscada montada por um grupo rebelde perto de Nyala, no Sul de Darfur.
Dois outros soldados da AMIS continuam hoje desaparecidos, segundo a UA, que imputa a responsabilidade deste ataque a um outro grupo rebelde, o Movimento/Exército para a Libertação do Sudão (SLM/A).
A AMIS é composta por contingentes do Ruanda, Nigéria, Senegal, África do Sul e Gâmbia, tendo começado a deslocar-se para Darfur no Verão de 2004. Conta actualmente com 6.300 homens no teatro de operações.
A sua missão é observar e relatar as violações ao cessar-fogo, acordado em Abril de 2004, e garantir a protecção de civis nas zonas onde está instalada.
Segundo estimativas de várias organizações internacionais, a guerra civil na região causou entre 180 mil e 300 mil mortos, desde Fevereiro de 2003, bem como a fuga de 2,6 milhões de pessoas.
Darfur é uma região desértica com uma área equivalente à de França.