Comité Olímpico Internacional mantém sanções à Rússia e Bielorrússia

por RTP
Comité Olímpico Internacional mantém sanções à Rússia e Bielorrússia Reuters

Uma semana depois de parecer que abria a porta a atletas da Rússia e Bielorrússia, o Comité Olímpico Internacional veio explicar esta quarta-feira que as sanções aos dois países continuam e que não são negociáveis. Os atletas russos e bielorrussos estão impedidos de se qualificarem para os Jogos Olímpicos através do sistema europeu de qualificação.

O COI emitiu um comunicado em que mantém as sanções à Rússia e Bielorrússia, sendo que os seus atletas não podem representar os dois países na próxima edição dos Jogos Olímpicos, que terão lugar em Paris, em 2024.

A nota do COI foi emitida depois de declarações de Stanislav Pozdnyakov, presidente do Comité Olímpico russo, que falou sobre a possibilidade de os atletas russos se qualificarem para os Jogos Olímpicos através de qualificações no continente asiático, já que russos e bielorrussos foram banidos de competir na Europa.

“As sanções contra os estados e governos da Rússia e Bielorrússia não são negociáveis. Estas sanções foram confirmadas, de forma unânime, na última cimeira olímpica do dia 9 de dezembro de 2022”, pode ler-se na nota do Comité.


O comunicado do COI explica que com as sanções, nenhuma figura de Estado da Rússia e Bielorrússia pode ser convidada para estar presente em eventos desportivos internacionais, sendo que também não podem organizar eventos desportivos de grande dimensão.

Esta explicação do Comité Olímpico Internacional vem no seguimento de declarações em que abriam a porta a atletas russos e bielorrussos para estarem nos Jogos Olímpicos de 2024, qualificando-se através de provas asiáticas.

Pozdnyakov aproveitou a deixa e disse à comunicação social que o Comité Olímpico estava a tentar “dar uma oportunidade aos nossos atletas de participar em competições internacionais. Talvez em Jogos Olímpicos também, estamos abertos a isso”.

Volodymyr Zelensky insurgiu-se e disse que permitir atletas russos em Paris seria uma demonstração de que “o terror é aceitável”.

Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, foi ainda mais longe, declarando que o Comité Olímpico Internacional estava a “promover a violência, homicídios em massa e destruição” e que a presença russa seria uma “plataforma para promover o genocídio”.


O COI voltou a emitir uma nota em que disse não aceitar “declarações difamatórias”.

Assim, a Ucrânia agora procura juntar apoio na comunidade internacional para não deixar que atletas da Rússia e Bielorrússia não possam estar em Paris, mesmo que a competir sob uma bandeira neutra. O ministro do Desporto da Ucrânia chegou mesmo a dizer que o país pode boicotar os próximos jogos, caso atletas russos sejam aceites na competição.

Desde que a invasão na Ucrânia se iniciou, a 24 de fevereiro de 2022, o COI pediu para que eventos desportivos na Rússia fossem cancelados e para os atletas da Rússia e Bielorrússia competirem com uma bandeira neutra.

Alguns comités olímpicos, incluindo o dos Estados Unidos, têm apoiado uma possível decisão de estes atletas competirem com bandeira neutra. O COI explicou ainda que acredita que “nenhum atleta deve ser impedido de competir apenas devido ao seu passaporte”.

Não é a primeira vez que países são banidos. A história dos Jogos Olímpicos mostra que situações de guerra ou discriminação são pontos de partida para banir países de participarem na maior competição desportiva do mundo, que acontece de quatro em quatro anos.

A Alemanha foi banida de pelo menos três edições (1920, 1924 e 1948) devido ao seu envolvimento nas duas grandes guerras mundiais. A África do Sul, por exemplo, também foi banida de participar enquanto esteve em vigor o regime do Apartheid.
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