Comunidade Israelita de Lisboa critica falta de ação contra antissemitismo
A Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) considera que a falta de ação contra o antissemitismo e anti sionismo conduz "inexoravelmente à violência contra judeus", como o que sucedeu hoje na praia australiana de Bondi.
"A direção da CIL manifesta o seu pesar pelas vítimas deste trágico acontecimento em Bondi Beach, na Austrália" e a "distância geográfica não diminui o sentimento de solidariedade nesta hora difícil", refere a instituição, num comunicado publicado nas redes sociais.
"Anti sionismo e antissemitismo são manifestações inaceitáveis de intolerância e de ódio que convocam a um combate urgente e empenhado ao nível global", considera a CIL.
Para a direção da instituição, "a inação para contrariar estes fenómenos leva inexoravelmente à violência contra judeus".
O ataque hoje numa celebração na véspera da festa judaica do Hanukkah (Chanuká, em português, também conhecida como "festa das luzes") causou 12 mortos, entre os quais um dos dois atacantes, e três dezenas de feridos.
Na próxima quinta-feira, a CIL vai acender a quinta vela do Hanukkah pelas 19:00, no alto do Parque Eduardo VII, uma cerimónia que já se realiza há 15 anos em espaços públicos em Lisboa.
"Chanuká, do hebraico `re-dedicação` ou `re-inauguração`, consiste na celebração da esperança e determinação, da habilidade de uma pequena nação para vencer um grande inimigo, do triunfo da liberdade sobre a tirania e da luz sobre a escuridão", refere a CIL, no comunicado sobre o evento.
Na nota, segundo o presidente da CIL, o objetivo é "celebrar a luz e a esperança, acreditar num futuro melhor e lutar pela promoção de valores humanistas assentes na justiça, na tolerância e na paz".
A celebração visa neste gesto atingir "uma dimensão que nos aproxima e que vai muito para além da dimensão confessional e religiosa", para que se possa "testemunhar uma luz abundante de esperança que se acende de Lisboa para Portugal e que, de Portugal, se fará sentir no mundo", referiu David Botelho.
O Governo português condenou hoje veementemente o ataque, considerando-o "um ato hediondo de antissemitismo", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Na nota, o executivo expressa "sentidas condolências às famílias das vítimas, ao povo e autoridades australianas, bem como a toda a comunidade judaica".
Dois atacantes dispararam hoje contra uma multidão h na praia de Bondi, em Sydney, no que a polícia australiana descreveu como um "ato terrorista" contra a comunidade judaica.
Segundo vários media, pelo menos 12 pessoas foram mortas, incluindo um dos dois atacantes, e há três dezenas de feridos transportados para os hospitais da zona.