Condenado à morte foi fuzilado no Estado de Utah

Na prisão estadual de Utah, Estados Unidos, um homem de 49 anos foi esta madrugada executado por fuzilamento. Ronnie Lee Gardner, que foi condenado à morte por dois homicídios, foi executado às 12h20 locais (07h20 em Lisboa), depois de ter sido recusado o último pedido de clemência. O último fuzilamento no Estado de Utah tinha sido em 1996.

RTP /
Ronnie Lee Gardner passou os últimos 25 anos no corredor da morte numa cadeia do estado norte-americano de Utah Prisão estadual de Utah, EPA

Gardner, que pediu para ser executado por fuzilamento após 25 anos no corredor da morte, foi condenado pelo assassinato do advogado Michael Burdell, em 1985, quando tentou escapar do tribunal durante uma audiência na qual era acusado de roubo e de um outro homicídio.

Os advogados tinham apresentado quinta-feira um último de pedido de clemência, baseado pelos problemas sofridos por Ronnie Lee Gardner durante a sua juventude, quando foi vítima de abusos e dependências de drogas, mas este foi recusado.

Andres Parnes, um dos advogados, considerou que a execução do seu cliente era um castigo cruel e que era melhor que pagasse pelos seus crimes passando o resto da sua vida preso.

Gardner ainda tentou apelar para o público em geral, através de uma entrevista no programa da cadeia de televisão CNN, "Larry King Live", mas horas antes da entrevista telefónica, agenda para a passada quarta-feira, o Departamento de Correcções de Utah cancelou o telefonema.

O Estado de Utah aboliu as execuções por fuzilamento em 2004, no entanto, os prisioneiros condenados à morte antes dessa data mantêm o direito de escolha entre ser executado por fuzilamento e a injecção letal.

Como Gardner foi condenado em 1985 teve a hipótese de escolher a forma como seria executado, e a 23 de Abril, quando chegou a hora de decidir, afirmou que queria ser executado por fuzilamento.

"Queria o pelotão de fuzilamento, por favor", afirmou.

Segundo o seu advogado, ao escolher esta forma de morte, Ronnie Lee Gardner não teve a intenção de causar dramas nem controvérsias, apenas "escolheu o fuzilamento porque achava mais humano. Não foi uma questão de publicidade".

Ronnie Lee Gardner passou o seu último dia a dormir, a ler o livro "Justiça Divina", a assistir à trilogia "O Senhor dos Anéis", e em reuniões com os seus advogados e com um bispo da igreja Mórmon. Antes de ser executado teve direito a escolher a sua última refeição que constou de bife, cauda de lagosta, torta de maça, gelado de baunilha e 7UP.

Pouco antes da execução o prisioneiro foi amarrado a uma cadeira, foi-lhe colocado um capuz na cabeça, e na área do coração foi preso um alvo branco.

Ronnie Lee Gardner foi executado por cinco polícias certificados que se voluntariaram para a tarefa mantendo o anonimato.

No exterior da prisão, alguns membros da sua família e amigos, exibindo camisolas com o seu número de prisioneiro, 14.873, aguardaram pelo desfecho.

O fuzilamento de Ronnie Lee Gardner é o terceiro na história dos Estados Unidos desde 1976 quando o Supremo Tribunal voltou a instaurar a pena de morte.

Os outros dois fuzilamentos também aconteceram no Estado de Utah, o único Estado que manteve a opção entre injecção letal e fuzilamento até 2004.

Nas cadeias do estado norte-americano de Utah encontram-se mais dez presos no corredor da morte, quatro dos quais escolheram ser executados da mesma forma que Ronnie Lee Gardner.

PUB