Mundo
Conferência ‘Davos do Deserto” alvo de inúmeros cancelamentos
É conhecida com uma das maiores conferências sobre a economia saudita mas uma semana antes do seu início a “Davos do Deserto” tem tido inúmeros cancelamentos. Em causa estão as suspeitas de que o regime saudita está envolvido no desaparecimento e alegado homicídio de Jamal Khashoggi.
Mais de uma dezena dos maiores e proeminentes participantes da Iniciativa de Investimento Futuro (FII) revelaram que não vão estar presentes na cimeira, no que se tem tornado num desastre de relações públicas para a organização.
Apelidada de “Davos do Deserto”, a cimeira junta uma elite que quer discutir o futuro e diversificar a economia saudita até 2030.
No entanto, o desaparecimento e alegado homicídio de Jamal Khashoggi está a levar ao cancelamento por parte de grandes empresas, tais como a Google, Uber, Credit Suisse, HSBC, CNN, Finantial Times e o The New York Times.
Quase todas as explicações em relação ao cancelamento devem-se a preocupações sobre o envolvimento no desaparecimento de Khashoggi no dia 2 de outubro, depois de entrar no consulado saudita em Istambul e sem voltar a dar notícias.
Luciano Zaccara, investigador do Centro de Estudos do Golfo da Universidade do Qatar, afirmou que falta saber quais são consequências a longo prazo destes cancelamentos.
“Esta é uma cimeira-chave com o foco virado para a Arábia Saudita. Estar lá seria polémico para todas estas companhias. Não estou certo em relação ao longo-prazo, mas no curto e médio prazo vai haver consequências para a Arábia Saudita”, comentou o investigador.
Jocelyn Mitchell, professora assistente de Política Americana e do Golfo da Universidade de Northwestern, explicou que as maiores empresas têm de agir no que toca ao abuso de direitos humanos.
Mitchell acredita que optar por sair de uma conferência destas mostra que estão dispostas a correr riscos, especialmente na vertente monetária, já que podem estar a caminho de perder investidores e oportunidades na economia saudita.
“Não é uma questão fácil para estas empresas. Mas, para lá da gravidade do alegado crime, estas reações mostram também que há medo de que seja a instabilidade no país que está por trás destas ações da Arábia Saudita”.
Apesar dos muitos cancelamentos, Steve Mnuchin, secretário americano do Tesouro, revelou que vai estar presente, mas que estará a monitorizar toda a situação e todas as atenções estarão sobre si para saber quais serão as próximas decisões de Donald Trump em relação ao assunto.
“Se o secretário cancelar a presença desta conferência, isso significaria que o presidente dos Estados Unidos está a levar a sério o desaparecimento e alegado homicídio deste jornalista e imposições e sanções seriam o próximo passo”.
“Mas a sua presença, por outro lado, pode significar que o Presidente Trump está mais preocupado com o negócio de armas que tem com a Arábia Saudita e esse facto está a prevalecer sobre a luta americana pelos direitos humanos”, concluiu Jocelyn Mitchell.
Apelidada de “Davos do Deserto”, a cimeira junta uma elite que quer discutir o futuro e diversificar a economia saudita até 2030.
No entanto, o desaparecimento e alegado homicídio de Jamal Khashoggi está a levar ao cancelamento por parte de grandes empresas, tais como a Google, Uber, Credit Suisse, HSBC, CNN, Finantial Times e o The New York Times.
Quase todas as explicações em relação ao cancelamento devem-se a preocupações sobre o envolvimento no desaparecimento de Khashoggi no dia 2 de outubro, depois de entrar no consulado saudita em Istambul e sem voltar a dar notícias.
Luciano Zaccara, investigador do Centro de Estudos do Golfo da Universidade do Qatar, afirmou que falta saber quais são consequências a longo prazo destes cancelamentos.
“Esta é uma cimeira-chave com o foco virado para a Arábia Saudita. Estar lá seria polémico para todas estas companhias. Não estou certo em relação ao longo-prazo, mas no curto e médio prazo vai haver consequências para a Arábia Saudita”, comentou o investigador.
Jocelyn Mitchell, professora assistente de Política Americana e do Golfo da Universidade de Northwestern, explicou que as maiores empresas têm de agir no que toca ao abuso de direitos humanos.
Mitchell acredita que optar por sair de uma conferência destas mostra que estão dispostas a correr riscos, especialmente na vertente monetária, já que podem estar a caminho de perder investidores e oportunidades na economia saudita.
“Não é uma questão fácil para estas empresas. Mas, para lá da gravidade do alegado crime, estas reações mostram também que há medo de que seja a instabilidade no país que está por trás destas ações da Arábia Saudita”.
Apesar dos muitos cancelamentos, Steve Mnuchin, secretário americano do Tesouro, revelou que vai estar presente, mas que estará a monitorizar toda a situação e todas as atenções estarão sobre si para saber quais serão as próximas decisões de Donald Trump em relação ao assunto.
“Se o secretário cancelar a presença desta conferência, isso significaria que o presidente dos Estados Unidos está a levar a sério o desaparecimento e alegado homicídio deste jornalista e imposições e sanções seriam o próximo passo”.
“Mas a sua presença, por outro lado, pode significar que o Presidente Trump está mais preocupado com o negócio de armas que tem com a Arábia Saudita e esse facto está a prevalecer sobre a luta americana pelos direitos humanos”, concluiu Jocelyn Mitchell.