Confessa abusos. Padre Bernard Preynat no banco dos réus em França

Começou esta terça-feira, em França, o julgamento do padre francês acusado de abusar sexualmente de dezenas de escuteiros, entre 1971 e 1991. Bernard Preyant, que já confessou os abusos, pode ser condenado a dez anos de prisão. É esperado que os trabalhos durem quatro dias.

RTP /
Preyant, citado pela BBC, declarou que estava consciente do sofrimento que causou às crianças Emmanuel Foudrot - Reuters

O julgamento devia ter começado na segunda-feira. No entanto, foi adiado devido às vagas de greves no país. Os advogados juntaram-se ao movimento de protesto contra a lei das reformas, bloqueando a sala de audiências onde Preynat iria ser julgado.Preyant, citado pela BBC, declarou que estava consciente do sofrimento que causou às crianças, e que queria que o julgamento “acontecesse o mais rápido possível”.

Bernard Preynat é acusado de agredir sexualmente escuteiros, entre os anos de 1971 e 1991, numa altura em que era membro da organização da região de Sainte-Foy-lès-Lyon.

Dezenas de homens alegam que padre os agrediu sexualmente quando eram crianças
. Os homens afirmam que Preynat “os tocou repetidamente de forma inadequada e ocasionalmente os beijou nos lábios”, avança a BBC.

O sacerdote confessou ter abusado de crianças há mais de duas décadas. No entanto, algumas das vítimas também acusaram as autoridades da Igreja de ocultarem os casos, depois de estes terem sido denunciados, possibilitando que ele continuasse em contacto com as crianças.
O advogado do padre afirmou que, embora o seu cliente tenha confessado os abusos, o prazo de prescrição dos crimes já expirou, o que não pode levar a uma acusação.

Contudo, as autoridades alegaram que alguns dos crimes ainda podem ser julgados, o que levou à abertura de um novo processo criminal.
O encobrimento por parte do Arcebispo de Lyon
De acordo com o Tribunal Eclesiástico Colegial encarregue do processo penal, o cardeal Philippe Barbarin “foi reconhecido culpado de ter cometido atos delituosos de carácter sexual contra menores de idade”, cita o Vatican News.

Barbarin afirmou que tinha ouvido rumores apenas em 2010, mas só teve conhecimento dos abusos sexuais após uma conversa com uma das vítimas, em 2014.

Durante o julgamento, o arcebispo declarou: “Não consigo perceber do que sou culpado. Nunca me tentei esconder, muito menos encobrir esses crimes horríveis”.

O cardeal foi condenado a seis meses de prisão suspensa, em março de 2019. Outras autoridades do Vaticano são também acusadas de não denunciar queixas de abuso sexual.
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