Confirmados primeiros mortos na Força das Nações Unidas
Estão confirmados os primeiros mortos do sismo que abalou o Haiti. Quatro capacetes azuis brasileiros e oito chineses da Força de Estabilização da Nações Unidas no Haiti morreram no terramoto que atingiu o país. As agências falam em milhares de mortos depois de terem ruído grande parte dos prédios da capital haitiana, Port-au-Prince.
Números de telefone do Gabinete de Emergência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros para quem pretender obter informações sobre familiares ou amigos que se encontrem no Haiti
707 202 000 ou 961 706 472Um forte sismo foi sentido ontem à tarde no Haiti, um abalo com magnitude de 7,0 na escala de Richter ao qual se seguiram mais duas réplicas de 5.5 e 5.9. Num primeiro balanço as autoridades falam de um cenário de grande destruição com milhares de feridos e mortos.
A Cruz Vermelha Internacional já fez uma estimativa e cerca de três milhões de pessoas podem ter sido afectadas pelo forte sismo que abalou o Haiti e que praticamente destruiu a capital haitiana.
O porta-voz Paul Conneally já afirmou que o facto do sismo ter ocorrido muito perto de Port-au-Prince "não era um bom indicador" a que se junta o facto do Haiti ser um dos países mais pobres no Hemisfério Norte insuficientemente preparado para reagir a um desastre com estas dimensões.
Conneally explicou também que seriam precisas entre 24 a 48 horas para se poder fazer um retrato completo da escala de destruição que atingiu o Haiti.
O sismo teve forte impacto na ilha de Santo Domingo, território partilhado pelo Haiti e República Dominicana, fazendo ruir vários edifícios públicos, incluindo o Palácio Nacional que acolhe a presidência do Haiti, mas já se sabe que o presidente René Préval e a sus mulher sobreviveram ao forte sismo.
Segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos o epicentro do sismo registou-se às 16.53 horas locais, 21.53 horas em Lisboa, a cerca de 15 quilómetros a oeste de Port-au-Prince e a cerca de dez quilómetros de profundidade, tendo sido sentidas mais de duas dezenas de réplicas de menor intensidade, com magnitude entre quatro e seis na escala de Richter.
Os primeiros relatos dão conta de que o sismo foi mais sentido na capital do Haiti, Port-au-Prince, onde vários edifícios ruíram como edifícios governamentais ou a sede das Nações Unidas havendo já imagens que mostram o nível de destruição o que leva a acreditar que haverá milhares de pessoas debaixo dos escombros.
Portugueses no Haiti
O embaixador de Portugal em Havana, que faz a representação portuguesa no Haiti, já confirmou a existência de cerca de uma dúzia de portugueses a viver no Haiti do qual nada se sabe por dificuldade em conseguir comunicações para aquele país, mesmo para a capital Port-au-Prince.
Mesmo assim o Ministério dos Negócios Estrangeiros já disponibilizou dois números de atendimento permanente aos portugueses que pretendam obter informações sobre familiares ou amigos que se encontrem no Haiti, devendo ligar com o Gabinete de Emergência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros através dos números 707 202 000 ou 961 706 472.
Portugal prepara ajuda
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) já está a analisar o pedido de ajuda internacional emitido pelo Haiti, na sequência do sismo que abalou aquele país, mas a falta de comunicações está a dificultar a informação das autoridades portuguesas sobre o número e o estado dos cidadãos nacionais que se encontram no território.
Recorde-se que ANPC é a entidade responsável pela execução da política nacional de Protecção Civil e pela cooperação internacional nesta área de intervenção, uma ajuda que, no entanto, deverá ser coordenada com a União Europeia que hoje já deu nota da necessidade de adoptar uma voz forte na assistência de emergência ao Haiti logo no abrir da reunião dos ministros dos
Assuntos Europeus que decorre hoje em Segóvia, em Espanha.
Enquanto Portugal estuda as possibilidades de ajuda ao Haiti, outros países como a Inglaterra, Estados Unidos, França, México, Venezuela, China ou Taiwan já anunciaram o envio de meios que possibilitem uma ajuda o mais rápida possível face ao cenário de devastação que as imagens que chegam do Haiti vão mostrando.
Também o Papa Bento XVI já apelou esta quarta-feira "à generosidade de todos" face à "dramática situação" no Haiti provocada pelo sismo que abalou aquela região.