O parlamento do Peru aprovou uma moção de confiança ao primeiro-ministro, Gustavo Adrianzén, depois de uma remodelação do governo, quando a presidente do país é alvo de uma investigação por suspeita de corrupção.
No final de um longo debate, na quarta-feira, marcado pelo escândalo a envolver Dina Boluarte, o Congresso peruano aprovou, com 70 votos a favor, 38 contra e 17 abstenções, a moção, um passo obrigatório para qualquer novo primeiro-ministro.
Adrianzén, um advogado de centro-direita, de 57 anos, tomou posse no início de março, na sequência da demissão de Alberto Otarola, alvo de uma investigação por tráfico de influência.
Este é o terceiro governo peruano em 16 meses.
Os deputados de esquerda votaram contra a moção, criticando Adrianzén pelo prolongado silêncio sobre o caso de possíveis crimes de enriquecimento ilícito e falta de declaração dos bens de luxo usados por Boluarte.
Para destituir Boluarte, são necessários 87 votos e, até agora, cinco partidos, que representam 57 votos, já se comprometeram-se a apoiar a presidente.
A presidente do Peru anunciou na segunda-feira uma remodelação do governo, com a troca de seis ministros, incluindo o responsável pelo Interior, que tem a tutela das forças de segurança.
Na madrugada de sábado, a polícia peruana realizou buscas na casa e no gabinete de Boluarte, assim como na residência presidencial e no Palácio do Governo.
O escândalo dos relógios de luxo surgiu depois de um "site" de notícias local, La Encerrona, ter publicado uma série de fotos, em 15 de março, nas quais Boluarte usava diferentes relógios, em diferentes momentos, enquanto esteve no governo, em 2021 e 2022.
Depois da reportagem, Dina Boluarte garantiu que só possuía um relógio antigo, comprado com poupanças.