Conselho de Segurança prolonga Missão da ONU na Colômbia por mais um ano

O Conselho de Segurança da ONU prolongou hoje o mandato da Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia por mais um ano, até 31 de outubro de 2026.

Lusa /

O projeto, da autoria do Reino Unido, recebeu 13 votos a favor e duas abstenções, nomeadamente da Rússia e dos Estados Unidos.

De acordo com o Reino Unido, a resolução concentra as tarefas da missão nos fatores fundamentais do conflito na Colômbia, ao mesmo tempo que continua a exigir a plena implementação do Acordo de Paz.

As negociações para a renovação do mandato deste ano foram as mais difíceis desde que a missão foi estabelecida, em 2017, especialmente devido a discordâncias da parte de Washington.

Após negociações difíceis entre os membros do Conselho, a resolução eliminou as duas tarefas relacionadas com a Justiça na Paz e com o capítulo étnico.

Por outro lado, mantém a tarefa de monitorizar a implementação do capítulo sobre a reforma rural, assim como as tarefas relativas à reintegração de antigos combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e às garantias de segurança pessoal e coletiva, incluindo para as comunidades e organizações em zonas afetadas por conflitos.

Além disso, descontinua a tarefa da missão de monitorizar e verificar a implementação do cessar-fogo bilateral entre o Governo colombiano e o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN).

Os membros do Conselho concordaram com a remoção dessa tarefa, visto que o cessar-fogo entre o Governo e o grupo expirou em 03 de agosto de 2024 e a questão não exigiu debate aprofundado.

Ao justificar a sua abstenção, o embaixador dos Estados Unidos junto da ONU, Mike Waltz, apontou para os custos financeiros da missão.

"A ONU precisa de concentrar-se no seu papel na manutenção da paz e da segurança e reduzir o ónus financeiro das suas atividades, que recai não apenas sobre os contribuintes americanos, mas também sobre os contribuintes de todos os nossos países e de todas as nações-membro", justificou Waltz.

"Todos nós aqui presentes já fizeram muitos discursos sobre essas missões, que muitas vezes duram muito tempo, tentam fazer demais, custam muito caro, são financeiramente insustentáveis e não estão vinculadas a um processo político verdadeiro e realista. Bem, agora é a hora de fazer com que as nossas ações correspondam às nossas palavras", disse ainda.

Além disso, o diplomata admitiu que os Estados Unidos ainda têm reservas significativas sobre o processo de paz na Colômbia, incluindo o agravamento da situação de segurança e o risco de impunidade para terroristas e narcotraficantes.

"Em particular, as prioridades políticas do Presidente [Gustavo] Petro em relação à paz e à segurança -- tanto na Colômbia, na região e no mundo -- são equivocadas e irresponsáveis, tendo contribuído para o aumento da instabilidade e da violência na Colômbia", avaliou.

"Como resultado, não podemos apoiar esta resolução. Sob a liderança do Presidente Donald Trump, os Estados Unidos não estão mais dispostos a fazer concessões nas suas posições sobre segurança e justiça em nome de um processo de paz falho", sublinhou Waltz.

Tópicos
PUB