Constitucional da Coreia do Sul realiza última audiência sobre destituição da Presidente

por Lusa

Seul, 27 fev (Lusa) -- O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul realiza hoje a última audiência sobre o processo de destituição da Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, promovida pelo parlamento pela sua suposta implicação no escândalo político da "Rasputina".

O máximo tribunal sul-coreano acolhe a última audiência sobre o "impeachment" de Park depois de o primeiro e presidente em exercício da Coreia do Sul, Hwang Kyo-ahn, ter notificado hoje que decidiu não alargar o prazo da investigação, como solicitado, informou a agência noticiosa Yonhap.

A chefe de Estado sul-coreana, que não compareceu a nenhuma das sessões anteriores em virtude da imunidade que goza como líder máxima, também não vai marcar presença hoje, enviando o seu testemunho por escrito através dos advogados.

Os investigadores, que desde o início, tentam interrogar Park -- por considerá-la uma figura-chave no caso -- tinham pedido mais tempo.

A ter-se aceitado a extensão, a equipa, cuja investigação termina, por lei, na terça-feira, teria um mês adicional.

O gabinete de Hwang Kyo-ahn argumentou hoje que indeferiu o pedido porque os principais suspeitos implicados no escândalo foram entretanto indiciados.

O parlamento, controlado pela oposição, aprovou a destituição da Presidente a 09 de dezembro por causa daquele que é um dos maiores escândalos políticos da história recente da Coreia do Sul, uma decisão que terá de ser ratificada pelo Tribunal Constitucional para ser definitiva.

Park recusou comparecer tanto nas deliberações do Tribunal Constitucional como nas sessões do caso de corrupção e de tráfico de influências, mas negou todas as acusações de que é alvo através dos seus representantes legais.

O Ministério Público considerou Park como cúmplice no caso que tem como protagonista Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina" sul-coreana pela sua proximidade à chefe de Estado.

Park é acusada de ter permitido que Choi interviesse em assuntos de Estado -- apesar de não deter qualquer cargo público --, a qual terá extorquido, com a sua conivência, os principais conglomerados do país para fazer entrar 77.400 milhões de won (cerca de 61 milhões de euros) em duas fundações que controlava, em troca de favores.

O tribunal tem até junho para decidir se Park tem de abdicar permanentemente ou pode voltar a assumir o cargo.

Os poderes presidenciais de Park estão suspensos, com o primeiro-ministro a liderar o Governo.

Caso a destituição de Park avance, a Coreia do Sul tem que realizar eleições presidenciais nos 60 dias seguintes.

Mesmo no caso de o Constitucional rejeitar o "impeachment" parlamentar, a Coreia do Sul vai realizar eleições presidenciais no próximo dia 16 de dezembro, já que o mandato de cinco anos de Park Geun-hye está prestes a expirar.

Tópicos
pub