Consumidores espanhóis querem saber se geleia contaminada foi retirada do mercado
A Organização de Consumidores espanhola OCU exigiu hoje ao Governo que esclareça se foram retiradas do mercado as sete marcas de geleia real onde foi detectada a substância proibida cloranfenicol.
Em comunicado, a organização refere que o cloranfenicol é um antibiótico cujo uso em animais produtores de alimentos (incluindo abelhas) foi proibido em toda a União Europeia (UE) devido à sua toxicidade.
Análises da OCU foram já comunicadas à Agência Espanhola de Segurança Alimentar (AESA), com a organização a sugerir que a presença do antibiótico em geleia real ou mel se pode dever ao seu uso no combate a doenças das abelhas.
Em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde e Consumo, Elena Salgado, informou que o Governo tinha já sido informado da detecção do antibiótico, tendo procedido a análises adicionais e ordenado a retirada dos produtos.
Segundo referiu, a ordem de retirada foi dada "assim que se deu o alerta", apesar da OCU considerar que não há indicações dos lotes que foram retirados ou das zonas de Espanha onde isso ocorreu.
Os fabricantes conseguem que as abelhas tomem o antibiótico misturando-o com água com açúcar ou através de fumigação das colmeias.
"Em qualquer caso, restos desse antibiótico proibido chegam aos consumidores através do mel ou da geleia real", explica a organização.
Os produtos onde o antibiótico foi encontrado são:
"Anbar", "Jalea Real Fresca Integralia", "Jalea Real Fresca Pinisan", "Jalea Real Apiregi", "Royal Vit (Dietisa), "Revital" e "Biotón" (Biolema).
Em Portugal, a associação de consumidores DECO já tinha denunciado este problema e em Agosto publicou o resultado de uma análise onde foram encontrados vestígios de cloranfenicol em geleia real comercializada no país, tendo exigido a retirado do produto do mercado.
A Agência Portuguesa de Segurança Alimentar (APSA) explicou que o cloranfenicol é proibido a nível europeu devido à sua toxicidade desde 1994.
De acordo com a APSA, não podem ser comercializados alimentos com níveis detectáveis desta substância.
A APSA recomenda uma especial atenção a esta situação, sobretudo relativamente à importação de produtos derivados provenientes de países onde a utilização do cloranfenicol é permitida, nomeadamente em países asiáticos.