Os utilizadores de canábis estão duas vezes mais suscetíveis a doenças cardíacas e a derrames, conclui um novo estudo publicado agora publicado. Os investigadores analisaram dados médicos que envolveram 200 milhões de pessoas, principalmente entre os 19 e os 59 anos de idade.
Os ataques cardíacos e derrames estão no topo da lista das doenças dos consumidores de canábis, estimam os investigadores que elaboraram o mais recente estudo sobre a utilização desta droga.
“O nosso sistema que regula o uso desta droga tem estado quase inteiramente focado na criação de uma infraestrutura legal e licenciamento legal e ainda negócios com fins lucrativos. Mas precisa também de se concentrar muito mais fortemente em alertas de saúde que eduquem as pessoas sobre os riscos reais”.Se fumar tabaco é uma causa bem conhecida de doenças, não será surpreendente que o vaping ou o consumo de canábis possa fazer o mesmo, argumenta Silver: “Qualquer uma das muitas formas de inalar canábis terá riscos para os utilizadores, sem esquecer que há também riscos de fumo passivo semelhantes ao tabaco”.
Beth Cohen, professora de medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco, corrobora esta tese e afirma que fumar canábis, embora se acredite ser “natural”, não é menos prejudicial para a saúde.
Nos Estados Unidos, cerca de três em cada dez pessoas que consomem canábis sofrem de transtornos aditivos.
“Este é um dos maiores estudos até o momento que associa e relaciona o uso de canábis e doenças cardíacas e levanta sérias dúvidas sobre a tese que defende que a canábis impõe pouco risco cardiovascular”, declarou a pediatra Lynn Silver, professora de epidemiologia e bioestatística da Universidade da Califórnia, citada pela norte-americana CNN.Este os dados médicos tratados estão avaliações feitas a 200 milhões de pessoas, principalmente em idades compreendidas entre 19 e 59 anos.
“O que foi particularmente impressionante foi que os pacientes hospitalizados por esses distúrbios eram jovens - e, portanto, não é provável que tenham suas características clínicas devido ao tabagismo - e sem histórico de distúrbio cardiovascular ou fatores de risco cardiovascular”, descreveu a autora do estudo Émilie Jouanjus, professora associada de farmacologia da Universidade de Toulouse, França.
A equipa de investigação comparou os dados clínicos de quem consumia e quem não consumia canábis e detetou que os consumidores apresentavam um risco superior em 29 por cento de sofrer ataques cardíacos, sendo ainda 20 por cento mais suscetíveis de desenvolver derrames.
"Este conhecimento é importante porque a doença cardiovascular é a principal causa de morte nos Estados Unidos e no mundo”, disse Silver.
“Os médicos precisam de rastrear as pessoas que consomem canábis e educá-las sobre os danos que provocam, da mesma forma que fazemos para o tabaco, porque em alguns grupos populacionais esta droga está a ser usada mais amplamente do que o tabaco”, explicou.
Beth Cohen, professora de medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco, corrobora esta tese e afirma que fumar canábis, embora se acredite ser “natural”, não é menos prejudicial para a saúde.
“Quando se queima algo, seja tabaco ou canábis, cria-se compostos tóxicos, carcinógenos que são prejudiciais à saúde”, reiterou.
Nos Estados Unidos, cerca de três em cada dez pessoas que consomem canábis sofrem de transtornos aditivos.
“Sabemos que a canábis mais potente torna as pessoas mais propensas a se tornarem viciadas ou mais propensas a desenvolver psicose, ver e ouvir coisas que não estão lá, ou esquizofrenia. Os consumidores habituais também podem sofrer de vómitos incontroláveis”, sustenta Silver.
“Se eu fosse uma pessoa de 60 anos que tivesse algum risco de doença cardíaca, seria muito cautelosa sobre o uso de canábis”, alertou a investigadora.
“Eu vi pessoas mais velhas que estão a usar canábis para controlar a dor ou para dormir, algumas das quais têm risco cardiovascular significativo, ou que tiveram derrames ou tiveram ataques cardíacos ou tiveram angina, e não têm consciência de que esse consumo pode estar a colocá-los em maior risco”, remata.