Depois de uma nova revisão nos estudos sobre o consumo de carnes vermelhas, um grupo de cientistas descobriu que o consumo excessivo traz consequências prejudiciais para a saúde, mas também tem impacto no aumento das emissões de carbono.
Segundo o jornal Guardian, o consumo de carne tem subido à medida que a população mundial aumenta, e pode vir a ser prejudicial no aumento das emissões de carbono e na redução de biodiversidade.
O World Cancer Research Fund International recomenda que as pessoas consumam menos de 500g de carne por semana.
“Este artigo da Science fornece uma revisão profunda sobre o aumento do consumo de carne em todo o mundo, bem como o impacto do consumo de carne na saúde e no meio ambiente”, disse Taciano Milfont, professor na Universidade Victoria, na Nova Zelândia. “Este consumo deixa claro que o consumo de carne tem efeitos negativos na saúde e no meio ambiente, e isso pode não ser sustentável nos próximos anos”, acrescentou.
“O que está a acontecer é uma grande preocupação, e se o consumo de carne subir ainda mais, será massivo”, disse Tim Key, co-autor do estudo.
Segundo o Guardian, uma revisão recente da Organização das Nações Unidas, indicou que o consumo global de carne subiu para 76%. A carne bovina aumentou para 69% e a carne suína para 42%. A média de carne consumida por pessoa aumentou nos últimos 50 anos, de 23kg em 1961 para 43kg em 2014.
A Organização Mundial de Saúde, em 2015 classificou a carne processada – por exemplo: presunto, bacon, salsichas – como cancerígena. O álcool e o tabaco também estão nessa categoria.
De acordo com a Cancer Research UK, se a carne vermelha ou processada não fosse consumida na Grã-Bretanha, haveria menos de 8.800 casos de cancro por ano.
Robert Mc Lachlan, professor da Massey University, acredita que seja possível haver uma diminuição no consumo de carne. “Na Nova Zelândia, o consumo de carne vermelha caiu para 58% em 10 anos”, referiu.
Segundo o Guardian, apesar destes estudos os cientistas não têm a certeza se o consumo de carnes vermelhas ou processadas faz mal.
Danos ambientais
O documento descreve que a produção de carne – em particular o gado – está ligada a emissões de carbono muito superiores à de vegetais e frutas. A produção pecuária é responsável por 15% das emissões.
A pecuária é também um dos contribuintes para a perda de biodiversidade, devido ao cultivo de ração para animais, em florestas e campos. Segundo a análise, o uso das águas de lagos e rios para regar os campos também está a afetar, não só o ambiente como também os recursos hídricos.