Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

Consumo excessivo de carne pode prejudicar a saúde e ambiente

por RTP
O país que consome mais carne é a China. Ina Fassbender - Reuters

Depois de uma nova revisão nos estudos sobre o consumo de carnes vermelhas, um grupo de cientistas descobriu que o consumo excessivo traz consequências prejudiciais para a saúde, mas também tem impacto no aumento das emissões de carbono.

A revisão feita no Reino Unido e publicado na revista Science mostra que, ao contrário do que pensamos, o consumo de carne vermelha pode aumentar a probabilidade de desenvolver cancro do cólon e reto e doenças cardiovasculares.

Segundo o jornal Guardian, o consumo de carne tem subido à medida que a população mundial aumenta, e pode vir a ser prejudicial no aumento das emissões de carbono e na redução de biodiversidade.
World Cancer Research Fund International recomenda que as pessoas consumam menos de 500g de carne por semana.
“Este artigo da Science fornece uma revisão profunda sobre o aumento do consumo de carne em todo o mundo, bem como o impacto do consumo de carne na saúde e no meio ambiente”, disse Taciano Milfont, professor na Universidade Victoria, na Nova Zelândia. “Este consumo deixa claro que o consumo de carne tem efeitos negativos na saúde e no meio ambiente, e isso pode não ser sustentável nos próximos anos”, acrescentou.

“O que está a acontecer é uma grande preocupação, e se o consumo de carne subir ainda mais, será massivo”, disse Tim Key, co-autor do estudo.

Segundo o Guardian, uma revisão recente da Organização das Nações Unidas, indicou que o consumo global de carne subiu para 76%. A carne bovina aumentou para 69% e a carne suína para 42%.  A média de carne consumida por pessoa aumentou nos últimos 50 anos, de 23kg em 1961 para 43kg em 2014.

A Organização Mundial de Saúde, em 2015 classificou a carne processada – por exemplo: presunto, bacon, salsichas – como cancerígena. O álcool e o tabaco também estão nessa categoria. 

De acordo com a Cancer Research UK, se a carne vermelha ou processada não fosse consumida na Grã-Bretanha, haveria menos de 8.800 casos de cancro por ano.

Robert Mc Lachlan, professor da Massey University, acredita que seja possível haver uma diminuição no consumo de carne. “Na Nova Zelândia, o consumo de carne vermelha caiu para 58% em 10 anos”, referiu. 

Segundo o Guardian, apesar destes estudos os cientistas não têm a certeza se o consumo de carnes vermelhas ou processadas faz mal.
Danos ambientais
O documento descreve que a produção de carne – em particular o gado – está ligada a emissões de carbono muito superiores à de vegetais e frutas. A produção pecuária é responsável por 15% das emissões.

A pecuária é também um dos contribuintes para a perda de biodiversidade, devido ao cultivo de ração para animais, em florestas e campos. Segundo a análise, o uso das águas de lagos e rios para regar os campos também está a afetar, não só o ambiente como também os recursos hídricos.


Tópicos
pub