Convergência à vista entre Brasil e Israel

por RTP
Pilar Olivares - Reuters

Um funcionário do Governo de Israel, citado pelo jornal Haaretz, disse esta quarta-feira ser “muito provável” que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, compareça na tomada de posse de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil.

A cerimónia irá decorrer no dia 1 de janeiro de 2019 e o jornal brasileiro Folha de São Paulo noticiou, esta terça-feira, que Netanyahu iria marcar presença no evento.

O primeiro-ministro israelita telefonou a Bolsonaro, na segunda-feira, para felicitá-lo pela vitória nas presidenciais. O mesmo artigo menciona que Netanyahu terá convidado o novo Presidente do Brasil a visitar Israel.

"Estou confiante que a sua eleição [de Bolsonaro] irá levar a uma grande amizade entre os dois países e ao fortalecer das relações entre o Brasil e Israel”, disse Netanyahu através de um comunicado divulgado pelo Governo de Israel. “Esperamos pela sua visita a Israel”, acrescentou o líder israelita.

As novas perspetivas de amizade entre os dois países assentam numa identificação ideológica e política partilhada por Netanyahu e Bolsonaro. Um exemplo desta convergência aconteceu em agosto, quando Bolsonaro anunciou que, caso fosse eleito presidente, iria fechar a embaixada da Palestina – país não reconhecido por Israel - na capital brasileira.

Mais ainda, o agora presidente prometeu transferir a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, uma atitude que pode ser vista como provocatória contra a Palestina. A nova embaixada brasileira estaria situada na cidade que o Brasil passaria assim a considerar, oficialmente, como capital de Israel e que é disputada, há várias décadas, entre a Palestina e Israel.

Bolsonaro venceu a segunda-volta das eleições presidenciais brasileiras este domingo. Depois de várias legislaturas hegemonizadas pelo Partido dos Trablahadores, o Brasil tem, agora, um governo de extrema-direita liderado pelo Partido Social Liberal.
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