Coreia do Norte: as etapas mais importantes até à bomba de hidrogénio

por Lusa
Damir Sagolj - Reuters

A Coreia do Norte realizou este domingo o seu sexto ensaio nuclear, anunciando ter testado com "total êxito" uma "bomba H", como é conhecida a bomba de hidrogénio, passível ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

O sismo artificial ocorrido este domingo na Coreia do Norte, registado por diversas agências meteorológicas estrangeiras, como o Serviço Geológico dos Estados Unidos, sinaliza que este ensaio foi mais potente do que os cinco outros levados anteriormente a cabo pelo regime de Pyongyang.

Estas são as datas-chave do programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte:

Finais da década de 1970:
A Coreia do Norte começa a trabalhar numa versão do míssil soviético Scud B, com capacidade de alcance de 300 quilómetros. Testado em 1984.

1987-1992: Pyongyang começa a desenvolver variantes dos mísseis "Scud C" (500 km de alcance), do "Rodong-1" (1.300 km), do "Taepodong-1" (2.500 km), do "Musudan-1" (3.000 km) e do "Taepodong-2" (6.700 km).

Agosto de 1998:
Ensaio de lançamento do "Taepodong-1" sobre o Japão. Pyongyang afirmou querer colocar um satélite em órbita, os Estados Unidos declararam ser um míssil.

Setembro de 1999:
A Coreia do Norte declara uma moratória para os testes de mísseis de longo alcance, com a melhoria das relações com os Estados Unidos como pano de fundo.

12 de julho de 2000:
Termina sem acordo, em Kuala Lumpur, a quinta ronda de negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter pedido mil milhões de dólares por ano para compensar o fim das exportações de mísseis.

3 de março de 2005:
Pyongyang termina a moratória de ensaios de mísseis de longo alcance e classifica de "hostil" a política da administração do Presidente norte-americano George W. Bush.

5 de julho de 2006: Pyongyang faz sete ensaios de mísseis, incluindo um de um "Taepodong-2", de longo alcance, que viria a explodir 40 segundos depois.

15 de julho de 2006:
O Conselho de Segurança da ONU adota a Resolução 1695, que pede para cessar todas as atividades com mísseis balísticos e qualquer comércio de peças relacionadas com mísseis com a Coreia do Norte.

9 de outubro de 2006: Pyongyang faz o primeiro teste nuclear subterrâneo.

14 de outubro de 2006: O Conselho de Segurança da ONU aprova a Resolução 1718, que pede o fim dos testes de mísseis e nucleares e cessa a oferta de peças relacionados com o programa e outras armas.

5 de abril de 2009:
A Coreia do Norte lança um míssil de longo alcance que sobrevoa o Japão e cai no Pacífico, no que diz ser uma tentativa para pôr um satélite em órbita. Os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul consideram que foi um ensaio encoberto de um `Taepodong-2`.

13 de abril de 2009: O Conselho de Segurança da ONU condena por unanimidade o lançamento e concorda em agravar a imposição de sanções. A Coreia do Norte abandona as negociações para o desarmamento e anuncia que vai recomeçar o programa de plutónio.

25 de maio de 2009:
Pyongyang faz o segundo teste nuclear subterrâneo, muito mais potente que o primeiro.

12 de junho de 2009:
O Conselho de Segurança aprova a Resolução 1874, que impõe sanções mais duras aos programas de mísseis atómicos e balísticos da Coreia do Norte.

18 de fevereiro de 2011:
Imagens de satélite mostram que a Coreia do Norte completou uma torre de lançamento no complexo de ensaios de satélites na costa oeste.

15 de maio de 2011:
a Coreia do Norte e o Irão são suspeitos de partilharem tecnologia de mísseis balísticos, segundo um relatório das Nações Unidas.

16 de março de 2012:
A Coreia do Norte anuncia que vai lançar um míssil de longo alcance entre 12 e 16 de abril para pôr um satélite em orbita.

13 de abril de 2012:
O míssil é lançado a partir da base de Sohae mas desintegra-se poucos minutos depois da descolagem e cai no oceano.

1 de dezembro de 2012:
A Coreia do Norte anuncia que vai lançar outro míssil nesse mesmo mês.

12 de dezembro de 2012:
A Coreia do Norte lança com sucesso um foguete para oficialmente colocar em órbita um satélite civil de observação terrestre, considerado igualmente um novo teste de um míssil balístico.


12 de fevereiro de 2013:
A Coreia do Norte faz o terceiro teste nuclear subterrâneo.

6 de janeiro de 2016:
A Coreia do Norte realiza o quarto teste nuclear subterrâneo, afirmando ter testado uma bomba de hidrogénio, algo amplamente questionado por especialistas.

7 de fevereiro de 2016:
A Coreia do Norte anuncia que colocou em órbita um satélite para observar a Terra com o lançamento de um segundo foguete para o efeito.

9 de março de 2016: O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, afirma que Pyongyang conseguiu miniaturizar uma ogiva termonuclear.

23 de abril de 2016:
Coreia do Norte realiza teste de míssil a partir de um submarino.

8 de julho de 2016:
Washington e Seul anunciam o seu projeto de instalação do sistema antimísseis norte-americano THAAD na Coreia do Sul.

03 de agosto de 2016: Pela primeira vez, a Coreia do Norte dispara diretamente um míssil balístico para a zona económica exclusiva do Japão.

9 de setembro de 2016: Coreia do Norte realiza quinto ensaio nuclear.

6 de março de 2017:
A Coreia do Norte lança quatro mísseis balísticos para simular, segundo afirmou, um ataque contra bases norte-americanas no Japão.

7 março de 2017:
Os Estados Unidos começam a instalar o THAAD na Coreia do Sul.

14 de maio de 2017: A Coreia do Norte dispara um míssil que percorre 700 quilómetros antes de cair no mar do Japão. Especialistas acreditam que o projétil teria uma capacidade potencial de 4.500 quilómetros, pelo que poderia alcançar as bases norte-americanas em Guam, ilha no Pacífico.

4 de julho de 2017: A Coreia do Norte lança um míssil intercontinental com capacidade de alcance estimada em 6.700 quilómetros, passível de ameaçar o Alasca, segundo especialistas. Pyongyang anuncia o "histórico" teste do "Hwasong-14", apresentado como um míssil balístico intercontinental

28 de julho de 2017: A Coreia do Norte lança um míssil intercontinental com uma capacidade de alcance de teoricamente 10.000 quilómetros, o que significa que poderia ameaçar boa parte do continente americano.

5 de agosto: O Conselho de Segurança da ONU adota, por unanimidade, uma resolução reforçando fortemente as sanções impostas à Coreia do Norte, com o objetivo de privar Pyongyang de mil milhões de dólares de receitas anuais.

A resolução 2371 visa proibir a obtenção de receitas das exportações norte-coreanas, nomeadamente nos setores do carvão, do ferro e das pescas. Tratou-se do sexto, e do mais duro, pacote de sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte desde o primeiro teste nuclear em 2006.

26 de agosto de 2017: A Coreia do Norte lança três mísseis balísticos de curto alcance.

29 de agosto: A Coreia do norte lança um míssil que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoa território japonês, antes de cair no Pacífico. Segundo Seul, percorreu 2.700 quilómetros e atingiu uma altitude máxima de cerca de 550 quilómetros.

3 de setembro: A Coreia do Norte realiza o sexto ensaio nuclear, alegando ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio passível ser instalada num míssil balístico intercontinental.
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