Mundo
Coreia do Norte. Aumenta número de execuções por distribuição e visualização de conteúdos estrangeiros
As Nações Unidas publicaram um relatório no qual revelam que a pena de morte está a ser cada vez mais usada contra cidadãos norte-coreanos, especialmente aqueles que são apanhados a consumir fontes de informação estrangeiras como filmes e programas de televisão. Uma outra condenação frequente na Coreia do Norte é a utilização de trabalhos forçados em campos prisionais.
O gabinete das Nações Unidas para os Direitos Humanos explicou que, com o advento da tecnologia, a Coreia do Norte restringe cada vez mais todos os aspetos das vidas dos norte-coreanos. Volker Turk, Alto-comissário das Nações Unidas, revelou que não existe outro país no mundo com tantas e tão pesadas restrições, fazendo uso da mesma tecnologia que não querem que os cidadãos tenham acesso.
O relatório das Nações Unidas teve como base entrevistas realizadas a mais de 300 pessoas que conseguiram fugir da Coreia do Norte e que descreveram o ambiente vivido no país.
Uma das novas e mais populares leis impostas por Pyongyang é de 2015 e pode aplicar a pena de morte a quem for apanhado a ver e a partilhar conteúdos de meios de comunicação estrangeiros, entre eles filmes e programas de televisão, numa clara tentativa de restringir acesso à informação.
Alguns dos entrevistados explicaram que desde 2020 (altura em que começou a pandemia de covid-19) as execuções por distribuição de conteúdo estrangeiros aumentaram e normalmente decorrem em público, com brigadas a empunhar armas e atirar sobre os condenados. Uma maneira de aumentar os níveis de medo na população.
À BBC, uma das raparigas que fugiu em 2023, explicou que pelo menos três amigos foram executados depois de terem sido apanhados na posse de conteúdo sul-coreano. Kang Gyuri esteve no julgamento de um dos amigos: “ele foi julgado juntamente com traficantes de droga. Estes crimes agora são tratados da mesma maneira”.
Desde a chegada de Kim Jong Un, em 2011, que os norte-coreanos tinham a expectativas de ver a qualidade de vida melhorar no país mas até hoje, as promessas feitas pelo líder norte-coreano não foram cumpridas e as poucas liberdades existentes deixarão de fazer parte do quotidiano.
Muitos dos entrevistados relembraram a aposta no programa de armas da Coreia do Norte e explicaram que poder comer três refeições num só dia era um luxo. Outros afirmaram que desde o início da pandemia que houve falta de comida no país com muita gente a morrer de fome.
“Nos primeiros dias de Kim Jong Un, tivemos alguma esperança, mas não durou muito. O governo bloqueou gradualmente as pessoas de conseguirem viver de forma independente e apenas o simples ato de viver tornou-se num tormento diário”, relatou outra fugitiva aos investigadores do relatório.
O relatório das Nações Unidas aponta também para mais casos de trabalhos forçados, com muitas pessoas a serem recrutadas para trabalhos fisicamente exigentes na construção civil e em trabalhos mineiros. Trabalhos perigosos que frequentemente redundam em mortes. E em vez de criar melhores condições de segurança, o regime de Kim Jong Un glorifica as mortes dos trabalhadores como um sacrifício necessário.
O relatório chega mesmo a dizer que nos últimos anos o regime tem recrutado crianças e jovens que vivem nas ruas.
E ainda é possível perceber que continuam a existir campos prisionais para presos políticos. Em 2014 tinham sido descobertos vários destes campos, onde as pessoas entram e desaparecem. Em 2025, o relatório apontou que pelo menos quatro destes locais ainda permanecem abertos.
As Nações Unidas pedem nova ação da comunidade internacional e espera que o governo norte-coreano termine com os campos de presos políticos, a pena de morte e que ensine aos seus cidadãos a importância dos direitos humanos.
“Implementar estes passos daria às pessoas alguma esperança e mostraria que um caminho para um futuro com mais liberdade e igualdade em direitos é possível”, declarou Turk.
“As centenas de entrevistas conduzidas durante a realização deste relatório mostram uma vontade clara e um desejo muito forte de mudança, especialmente entre as pessoas mais novas”, concluiu.
O relatório das Nações Unidas teve como base entrevistas realizadas a mais de 300 pessoas que conseguiram fugir da Coreia do Norte e que descreveram o ambiente vivido no país.
Uma das novas e mais populares leis impostas por Pyongyang é de 2015 e pode aplicar a pena de morte a quem for apanhado a ver e a partilhar conteúdos de meios de comunicação estrangeiros, entre eles filmes e programas de televisão, numa clara tentativa de restringir acesso à informação.
Alguns dos entrevistados explicaram que desde 2020 (altura em que começou a pandemia de covid-19) as execuções por distribuição de conteúdo estrangeiros aumentaram e normalmente decorrem em público, com brigadas a empunhar armas e atirar sobre os condenados. Uma maneira de aumentar os níveis de medo na população.
À BBC, uma das raparigas que fugiu em 2023, explicou que pelo menos três amigos foram executados depois de terem sido apanhados na posse de conteúdo sul-coreano. Kang Gyuri esteve no julgamento de um dos amigos: “ele foi julgado juntamente com traficantes de droga. Estes crimes agora são tratados da mesma maneira”.
Desde a chegada de Kim Jong Un, em 2011, que os norte-coreanos tinham a expectativas de ver a qualidade de vida melhorar no país mas até hoje, as promessas feitas pelo líder norte-coreano não foram cumpridas e as poucas liberdades existentes deixarão de fazer parte do quotidiano.
Muitos dos entrevistados relembraram a aposta no programa de armas da Coreia do Norte e explicaram que poder comer três refeições num só dia era um luxo. Outros afirmaram que desde o início da pandemia que houve falta de comida no país com muita gente a morrer de fome.
“Nos primeiros dias de Kim Jong Un, tivemos alguma esperança, mas não durou muito. O governo bloqueou gradualmente as pessoas de conseguirem viver de forma independente e apenas o simples ato de viver tornou-se num tormento diário”, relatou outra fugitiva aos investigadores do relatório.
O relatório das Nações Unidas aponta também para mais casos de trabalhos forçados, com muitas pessoas a serem recrutadas para trabalhos fisicamente exigentes na construção civil e em trabalhos mineiros. Trabalhos perigosos que frequentemente redundam em mortes. E em vez de criar melhores condições de segurança, o regime de Kim Jong Un glorifica as mortes dos trabalhadores como um sacrifício necessário.
O relatório chega mesmo a dizer que nos últimos anos o regime tem recrutado crianças e jovens que vivem nas ruas.
E ainda é possível perceber que continuam a existir campos prisionais para presos políticos. Em 2014 tinham sido descobertos vários destes campos, onde as pessoas entram e desaparecem. Em 2025, o relatório apontou que pelo menos quatro destes locais ainda permanecem abertos.
As Nações Unidas pedem nova ação da comunidade internacional e espera que o governo norte-coreano termine com os campos de presos políticos, a pena de morte e que ensine aos seus cidadãos a importância dos direitos humanos.
“Implementar estes passos daria às pessoas alguma esperança e mostraria que um caminho para um futuro com mais liberdade e igualdade em direitos é possível”, declarou Turk.
“As centenas de entrevistas conduzidas durante a realização deste relatório mostram uma vontade clara e um desejo muito forte de mudança, especialmente entre as pessoas mais novas”, concluiu.