Mundo
Coreia do Norte corta todos os canais de comunicação com Coreia do Sul
A Coreia do Norte corta, a partir desta terça-feira, todos os canais de comunicação com a Coreia do Sul, incluindo linhas de contacto militares e uma linha direta entre os líderes dos dois países, prometendo começar a tratar Seoul como "inimiga". O Governo norte-coreano tinha já lançado essa ameaça depois de verificar que o Sul não estava a travar uma "campanha de panfletos" contra Kim Jong-un por parte de grupos de desertores.
“Chegámos à conclusão de que não há necessidade de nos sentarmos frente a frente com as autoridades sul-coreanas e de que não existe nenhum assunto a discutir com as mesmas, pois estas apenas despertaram o nosso desânimo”, considerou Pyongyang.
Por esse motivo, a Coreia do Norte “irá cortar e desligar completamente as linhas de contacto entre as autoridades do Norte e do Sul (…) a partir das 12h00 (hora local) de 9 de junho de 2020”, incluindo os canais de comunicação militares.
A decisão terá sido tomada na segunda-feira, durante um encontro entre altos-funcionários do Governo norte-coreano responsáveis pelas relações com o Sul, incluindo Kim Yo-jong, irmã do líder Kim Jong-un.
De acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), os mesmos funcionários “salientaram que os trabalhos relativos ao Sul deveriam transformar-se em trabalhos contra o inimigo”.
Na manhã desta terça-feira, pouco depois de anunciada a decisão, a Coreia do Norte recusou-se a atender a habitual chamada telefónica diária do Sul realizada através das linhas de contacto militares entre os dois países.
“Campanha de panfletos”
Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, tinha ameaçado na semana passada encerrar o escritório conjunto onde representantes das duas nações começaram a reunir-se há 21 meses – tendo substituído esses encontros presenciais por chamadas telefónicas recentemente devido à pandemia de Covid-19 – a menos que a Coreia do Sul impedisse que grupos de desertores continuassem a enviar panfletos para o Norte.
Ocasionalmente, esses desertores enviam panfletos ou balões com mensagens escritas em modo de crítica contra o Governo norte-coreano. Para Yo-jong, essa “campanha de panfletos” representa um ato hostil que viola os acordos de paz alcançados há dois anos, durante a cimeira entre Moon Jae-in e Kim Jong-un. O Ministério da Unificação, órgão do Governo sul-coreano responsável pelos assuntos comuns à península, defendeu que as comunicações devem ser mantidas e garantiu que a Coreia do Sul continuará a seguir os princípios acordados para atingir a paz e a prosperidade entre as duas nações.
Em 2018, as duas Coreias tinham iniciado uma rara aproximação que levou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a visitar Pyongyang, tornando-se o primeiro líder desse país a discursar perante uma multidão de norte-coreanos.
Na altura as duas nações concordaram em reduzir tensões, apesar de tecnicamente terem continuado em guerra, uma vez que no fim da Guerra da Coreia, em 1953, não foi alcançado um acordo de paz.
Em fevereiro do ano passado, após uma cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump que terminou sem acordo sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte, as relações entre as duas Coreias voltaram a deteriorar-se.
A Coreia do Sul tem há muito enfatizado a importância dos canais de comunicação com o país vizinho para evitar confrontos armados não intencionais entre as duas forças militares numa altura em que as tensões na península coreana têm vindo a aumentar.
c/ agências
Por esse motivo, a Coreia do Norte “irá cortar e desligar completamente as linhas de contacto entre as autoridades do Norte e do Sul (…) a partir das 12h00 (hora local) de 9 de junho de 2020”, incluindo os canais de comunicação militares.
A decisão terá sido tomada na segunda-feira, durante um encontro entre altos-funcionários do Governo norte-coreano responsáveis pelas relações com o Sul, incluindo Kim Yo-jong, irmã do líder Kim Jong-un.
De acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), os mesmos funcionários “salientaram que os trabalhos relativos ao Sul deveriam transformar-se em trabalhos contra o inimigo”.
Na manhã desta terça-feira, pouco depois de anunciada a decisão, a Coreia do Norte recusou-se a atender a habitual chamada telefónica diária do Sul realizada através das linhas de contacto militares entre os dois países.
“Campanha de panfletos”
Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano, tinha ameaçado na semana passada encerrar o escritório conjunto onde representantes das duas nações começaram a reunir-se há 21 meses – tendo substituído esses encontros presenciais por chamadas telefónicas recentemente devido à pandemia de Covid-19 – a menos que a Coreia do Sul impedisse que grupos de desertores continuassem a enviar panfletos para o Norte.
Ocasionalmente, esses desertores enviam panfletos ou balões com mensagens escritas em modo de crítica contra o Governo norte-coreano. Para Yo-jong, essa “campanha de panfletos” representa um ato hostil que viola os acordos de paz alcançados há dois anos, durante a cimeira entre Moon Jae-in e Kim Jong-un. O Ministério da Unificação, órgão do Governo sul-coreano responsável pelos assuntos comuns à península, defendeu que as comunicações devem ser mantidas e garantiu que a Coreia do Sul continuará a seguir os princípios acordados para atingir a paz e a prosperidade entre as duas nações.
Em 2018, as duas Coreias tinham iniciado uma rara aproximação que levou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a visitar Pyongyang, tornando-se o primeiro líder desse país a discursar perante uma multidão de norte-coreanos.
Na altura as duas nações concordaram em reduzir tensões, apesar de tecnicamente terem continuado em guerra, uma vez que no fim da Guerra da Coreia, em 1953, não foi alcançado um acordo de paz.
Em fevereiro do ano passado, após uma cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump que terminou sem acordo sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte, as relações entre as duas Coreias voltaram a deteriorar-se.
A Coreia do Sul tem há muito enfatizado a importância dos canais de comunicação com o país vizinho para evitar confrontos armados não intencionais entre as duas forças militares numa altura em que as tensões na península coreana têm vindo a aumentar.
c/ agências