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Corina Machado vai a Oslo mas não participa nas cerimónias do Nobel da Paz
María Corina Machado está sujeita a uma proibição de viagens imposta pelas autoridades venezuelanas há uma década. Esta quarta-feira vai estar em Oslo, mas não participará nas cerimónias de entrega do Nobel.
Num áudio divulgado ao final da manhã pelo Instituto Nobel, a laureada com o Prémio Nobel indica que "está a caminho" de Oslo.
"Estarei em Oslo. Estou agora a caminho de Oslo", ouve-se na gravação. em que Corina Machado responde ao presidente do instituto do Nobel, Joergen Watne Frydnes.
A opositora venezuelana agradece de novo a atribuição do prémio. "Quero agradecer em nome do povo venezuelano (...) por este enorme reconhecimento da luta do nosso povo pela democracia e liberdade", afirmou.
Corina Machado confirma, no entanto, que não conseguirá "chegar a tempo" à cerimónia de entrega do Nobel.
A opositora venezuelana María Corina Machado "está em segurança" e estará em Oslo esta quarta-feira, mas não irá participar nas cerimónias de entrega do seu prémio Nobel da Paz, fazendo-se representar pela filha Ana Corina Machado. A informação foi avançada em comunicado pelo Instituto Nobel norueguês.
“A laureada com o Prémio Nobel da Paz, María Corina Machado, fez tudo o que estava ao seu alcance para comparecer à cerimónia de hoje”, anunciou o instituto, falando numa “viagem em situação de perigo extremo”.
“Embora ela não possa comparecer à cerimónia e aos eventos de hoje, estamos profundamente felizes em confirmar que ela está segura e que estará connosco em Oslo”, acrescentou.
“Embora ela não possa comparecer à cerimónia e aos eventos de hoje, estamos profundamente felizes em confirmar que ela está segura e que estará connosco em Oslo”, acrescentou.
Corina Machado está sujeita a uma proibição de viagens imposta pelas autoridades venezuelanas há uma década e tem permanecido em parte incerta há mais de um ano. Apesar de se deslocar a Oslo esta quarta-feira, não irá aparecer publicamente.
À agência France-Presse, o porta-voz do instituto, Erik Aasheim, precisou que "Maria virá a Oslo, mas não sabemos quando" exatamente.
"Será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe", tinha já anunciado o diretor do Instituto Nobel norueguês, Kristian Berg Harpviken, à rádio norueguesa NRK.
O responsável esclareceu que a filha irá proferir "o discurso que a própria María Corina escreveu".
Em clandestinidade há mais de um ano
Em agosto de 2024, Corina Machado, de 58 anos, entrou na clandestinidade poucos dias depois da última eleição presidencial, em que foi impedida de se candidatar.
A última aparição pública foi a 9 de janeiro, numa manifestação em Caracas contra a tomada de posse de Nicolás Maduro.
O Prémio Nobel da Paz foi atribuído no dia 10 de outubro pelos esforços de Corina Machado para promover uma transição democrática na Venezuela.
Em novembro, o procurador-geral da Venezuela, alinhado com Nicolás Maduro, tinha afirmado à agência France-Presse que, em caso de saída do país, a opositora seria considerada "foragida".