Coronavírus. Macau cancela celebrações do Ano Novo Lunar para reduzir risco de contágio

por RTP
Reuters

As autoridades de Macau cancelaram esta quinta-feira as celebrações do Ano Novo Lunar para evitar a transmissão do coronavírus chinês de Wuhan que já causou 17 mortes entre o mais de meio milhar de pessoas infetadas. Os casinos de Macau poderão ter de fechar e a Organização Mundial de Saúde vai voltar a discutir que medidas adotar perante o coronavírus.

A informação foi prestada inicialmente pelas autoridades de saúde e confirmada ao início da tarde pelo chefe do Governo Ho Iat Seng, no dia em que foi identificada uma segunda pessoa infetada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan.

Atualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao natal nos países ocidentais. Segundo o Ministério dos Transportes chinês, o país deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado.

Menos de 24 horas após a Direção dos Serviços de Turismo ter elencado uma série de medidas de prevenção para reduzir o risco de contágio, as atividades foram canceladas. 

O chefe do Governo de Macau admitiu que os casinos podem ser obrigados a fechar caso se verifique um agravamento da situação de contágio. Esta quinta-feira foi confirmado mais um caso no território. Macau elevou no dia 5 de janeiro o alerta de emergência para o nível três, um grau de risco elevado que exige um acompanhamento mais apertado.

China. Aumenta número de infetados
As autoridades de saúde da China aumentaram para 571 o número de pessoas infetadas com o novo tipo de coronavírus, que já causou 17 mortes, informou a agência de notícias estatal Xinhua.

A Comissão Nacional de Saúde da China disse que, até à meia-noite da quarta-feira, tinha contabilizado 571 casos confirmados em 25 províncias e regiões do país.

Até ao momento, os serviços de saúde chineses acompanham 5.897 pessoas que mantiveram contato próximo com pacientes infectados e, dessas, 4.928 estão em observação.

De acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China, o período de incubação do vírus pode estender-se até 14 dias.

A Comissão Nacional de Saúde da China tinha já alertado que este novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, "pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente".

Fora da China continental, foram confirmados casos da doença em Macau, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Estados Unidos.

O mais de meio milhar de casos registados têm alimentado receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.

Fora da China continental, foram confirmados casos do novo coronavírus na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Macau.

 

c/Lusa

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