Coronavírus. Mais de oitenta mortos confirmados na China

por RTP
EPA

O número de mortos devido ao novo coronavírus detetado na China aumentou para 81, após 24 novos óbitos confirmados na província de Hubei, o epicentro do contágio. Há ainda 2.740 pessoas infetadas.

Na região de Hubei foram detetados 371 novos doentes infetados pelo coronavírus (denominado provisoriamente 2019-nCoV), o que elevou o número de casos confirmados.

A região de Wuhan está em regime de quarentena. Os sintomas de infeção por coronavírus são muito semelhantes aos de uma gripe: febre; tosse; falta de ar e dificuldades respiratórias. Os casos mais graves podem causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e morte.

O número total de casos confirmados na China aumentou cerca de 30 por cento, para 2.744, com cerca de metade na província de Hubei. No entanto, alguns especialistas suspeitam que o número de pessoas infetadas seja muito maior.

No domingo, o ministro da Saúde chinês, Ma Xiaowei, alertou que os infetados podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas.
O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, está em Wuhan para investigar e orientar os esforços das autoridades para conter o vírus. Esta é a primeira visita de um alto responsável do regime à cidade desde o início da epidemia.

Para tentar conter a propagação do coronavírus, as autoridades chinesas prolongaram, até 2 de fevereiro, o feriado de Ano Novo Lunar.Segundo as autoridades chinesas, os doentes que morreram tinham condições médicas pré-existentes ou eram idosos.

Dezenas de milhões de chineses que visitaram as suas cidades natal ou pontos turísticos deveriam regressar a casa esta semana no maior movimento de pessoas a nível mundial que se repete todos os anos, aumentando o risco de o vírus se espalhar em comboios e aviões lotados.

O diretor da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chega hoje a Pequim para discutir a situação com as autoridades chinesas.

Para já, a Organização Mundial de Saúde considera que o surto de coronavírus é uma emergência para a China. Mas não uma emergência a nível mundial.

O início do surto de coronavírus começou, no final de 2019, num mercado de alimentos em Wuhan, que vendia ilegalmente animais selvagens.

As autoridades chinesas que já conseguiram isolar o vírus e estão a selecionar a estirpe para desenvolver uma vacina
, e não descartam a possibilidade do vírus ter sofrido mutações.

Os especialistas acreditam que o novo coronavírus não é tão mortífero, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que provocou, em 2003 a morte a 900 pessoas. Mas, é mais infecioso.

Vírus passou fronteiras

O coronavírus já foi detetado em mais de 10 países. Os primeiros doentes surgiram em países asiáticos próximos da China. Com seis casos registados em Hong Kong e em Macau.

Nos Estados Unidos, há cinco doentes confirmados, todos eles tinham viajado recentemente para Wuhan.

Na Austrália, foram confirmados quatro casos. O primeiro, um homem que chegou a Melbourne diretamente de Wuhan, foi confirmado no dia 25 de janeiro. Os outros três casos também tinham viajado recentemente para a China.

Há também a registar mais quatro casos na Malásia e em Singapura. No Japão, Taiwan e Coreia do Sul foram registados três casos de coronavírus. Há ainda o registo de dois casos no Vietname e um no Nepal.

No Canadá, um homem de 50 anos, que chegou recentemente de Wuhan, está em observação.

Na Europa, os três primeiros casos foram confirmados em França (um em Bordéus e dois em Paris). Todos os doentes tinham chegado recentemente da China.

Vários países europeus estão em contacto com o Governo de Pequim para repatriar os seus cidadãos.


A Mongólia, que compartilha uma longa fronteira terrestre com a China, decidiu encerrar os pontos de travessia rodoviária entre os dois países.
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