Coronavírus Ucrânia. Manifestantes atacam autocarros com cidadãos retirados da China

por Alexandre Brito - RTP
Imagem dos protestos Reuters

Dezenas de pessoas na Ucrânia, num protesto violento, atacaram um autocarro com pessoas retiradas da China que vão passar os próximos 14 dias de quarentena num complexo de SPA em Novi Sanzhary, na região de Poltava. Apesar do apelo de compaixão do presidente Volodymyr Zelensky, os manifestantes tentaram impedir a chegada dos cidadãos ucranianos.

Os protestos foram organizados depois de um alegado email falso ter circulado com a informação de que os ucranianos, retirados da China, estão infetados com o coronavírus. Um email que teria sido enviado pelo Ministério da Saúde do país.

A Ucrânia não tem, até ao momento, qualquer caso confirmado de coronavírus.

Os protestos, que se tornaram violentos, obrigaram à intervenção das forças de segurança urcranianas.
Num sinal de solidariedade, a ministra da Saúde do país, Zoryana Skaletska, afirmou que iria se juntar a este grupo de pessoas retiradas da China. Vai acompanhá-los durante toda a quarentena, gerindo o Ministério "por Skype" a partir do complexo onde estarão isolados. "Espero que a minha presença acalme todos em Novi Sanzhary, tal como no resto do país", escreveu no post do Facebook.

Esta quinta-feira, 45 ucranianos e outros 27 cidadãos estrangeiros foram levados de Wuhan, na China - o epicentro do coronavírus - para Kharkiv. A partir daí foram deslocados em seis autocarros para o spa em Novi Sanzhary.

Ao chegaram, vários manifestantes que os esperavam lançaram pedras e provocaram incêndios nas estradas de acesso ao complexo.
Só com a intervenção das autoridades foi possível desbloquear o caminho e permitir que todos chegassem ao local da quarentena.

A missão diplomática ucraniana informou entretanto, numa nova tentativa de acalmar os ânimos, que três ucranianos e um residente do Cazaquistão foram deixados na China porque tinham sintomas de febre.

C/ agências
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