Guardas malaios armados estão esta terça-feira a proteger o corpo do meio-irmão do líder norte-coreano que foi assassinado na semana passada no aeroporto de Kuala Lumpur. Um conflito diplomático entre a Malásia e a Coreia do Norte decorre, depois de Pyongyang ter insistido que o corpo de Kim Jong-Nam fosse devolvido e se ter oposto à autópsia.
O corpo de Kim Jong-nam - assassinado no dia 13 no aeroporto de Kuala Lumpur - tem estado no centro de um conflito diplomático entre Pyongyang e a Malásia, depois de a Coreia do Norte insistir que seja devolvido e de se ter oposto à autópsia.
No entanto, a Malásia rejeitou o pedido, dizendo que os restos mortais devem ficar na morgue até um membro da família os vir identificar com uma amostra de ADN.
Conflito diplomático
Na segunda-feira à noite surgiram notícias que davam conta que o filho de Kim Jong-nam, Kim Han-Sol, chegaria a Kuala Lumpur, vindo de Macau, mas a agência AFP não conseguiu confirmar a sua presença na Malásia.
O enviado de Pyongyang a Kuala Lumpur recusou, na segunda-feira, o pedido de uma amostra de ADN, considerando-o "absurdo" e disse que a embaixada tinha o direito de reclamar o corpo de um detentor de um passaporte diplomático.
O embaixador Kang Chol lançou também críticas à investigação da morte, dizendo que é politicamente motivada e que a Malásia conspirou com a Coreia do Sul para culpar o Norte.
"Delírios, mentiras e meias-verdades"
O ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Anifah Aman, disse sentir-se "profundamente insultado" pelas acusações, baseadas em "delírios, mentiras e meias-verdades".
A Malásia tinha anteriormente convocado o seu embaixador em Pyongyang e chamado Kang para discutir o conflito no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Kim Jong Nam morreu após ter sido aparentemente envenenado no aeroporto de Kuala Lumpur.
"Objetiva e justa para todos"
Esta terça-feira, o embaixador malaio em Pyongyang garantiu que a investigação à morte do meio-irmão do líder norte-coreano está a ser conduzida de forma imparcial, rejeitando as acusações da Coreia do Norte.
Mohamad Nizan Mohamad falou em Pequim, quando estava a caminho da Malásia, para onde foi chamado após a morte, na semana passada, de Kim Jong-nam.
Mohamad garantiu que a investigação do seu país está a proceder de modo profissional e será "muito objetiva e justa para toda a gente".
"A investigação ainda prossegue, por isso esperem. Podemos garantir a imparcialidade da investigação em si porque não há motivo para apoiarmos o lado de ninguém", afirmou.
c/ Lusa