Corredores de plasma descobertos em redor do planeta Terra

por Nuno Patrício, RTP
Representação dos tubos de plasma em redor da Terra Ilustração: CAASTRO/Mats Bjorklund

Pela primeira vez, os astrónomos capturaram provas visuais da existência de estruturas de plasma tubulares nas camadas interiores da magnetosfera, em torno da terra.

Uma investigadora australiana da Australia Research Council Centre of Excellence for All-sky Astrophysics (CAASTRO), em Sydney, deu a conhecer à comunidade cientifica a existência de tubos invisíveis de plasma gigantes, sobre o equador terrestre.

A descoberta vem provar uma teoria que existia há mais de 60 anos mas agora pode ser comprovada por um estudo efectuado através de instrumentos científicos.


Cleo Loi (CAASTRO)

Segundo Cleo Loi de ARC (CAASTRO), investigadora que está a liderar este projecto , diz que "há mais de 60 anos, os cientistas acreditavam na existência destas estruturas existiam mas agora e pela primeira vez, fornecemos evidências e provas visuais que estes tubos plásmicos estão realmente lá”.

A experiencia e descoberta decorreu na zona oeste da Austrália através do Rádio Telescópio “Murchison Widefield Array” (MWA).


Rádio Telescópio MWA, Austrália (CAASTRO)


"Nós medimos a posição destes tubos a cerca de 600 quilómetros acima do solo, na ionosfera superior, e segundo parece estes tubos de plasma continuam e atingem alturas ainda maiores atingindo a região da plasmosfera.




A região do espaço ao redor da terra é ocupada por um campo magnético, chamado de magnetosfera, está cheio de plasma criado pela atmosfera sendo ionizada pela luz solar.
A camada mais interna da magnetosfera é a ionosfera, e por cima fica a plasmosfera.

Um conjunto de camadas sobrepostas, incorporados com uma variedade de estruturas estranhamente em forma de plasma, incluindo os tubos.



Representação gráfica da Cintura de VanHalen

"Percebemos que podemos estar na presença de algo grande. Nós vimos um padrão constante no céu onde zonas de plasma de alta densidade, ordenadamente e alternadas com listas de plasma de baixa densidade coabitam. Este padrão, segundo o nosso estudo, deriva muito lentamente através das linhas do campo magnético da terra, produzindo auroras.

Inicialmente esta informação foi recebida com um considerável grau de ceticismo no âmbito da astrofísica, mas agora e com provas mais concretas provou-se que o fenómeno existe mesmo.


Complexo do Rádio Telescópio  MWA no deserto australiano

Cleo Loi, de 23 anos, autora desta pesquisa, fez este estudo como parte de sua tese de graduação, provocando uma nova visão de como está envolvido o nosso planeta. Uma investigação que valeu um premio e publicação por parte da revista Geophysical Research Letters.
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