Costa turca. Bebés e crianças entre vítimas de naufrágio de um barco de refugiados

por RTP
Reuters

Após o naufrágio de um barco que transportava migrantes do Líbano, a guarda-costeira turca identificou seis vítimas mortais, entre as quais foram encontrados bebés e crianças. A embarcação tinha como destino Itália quando afundou na costa sudoeste da Turquia com quase 80 pessoas a bordo.

Num comunicado, esta terça-feira, a guarda-costeira da Turquia informou que foram resgatados 73 migrantes em quatro botes salva-vidas e que se mantinham as operações de busca e resgate de alguns desaparecidos com dois barcos e um helicóptero. As autoridades turcas adiantaram ainda que houve seis vítimas mortais: uma mulher, três crianças e dois bebés.

Os imigrantes partiram do Líbano no sábado passado, rumo à Itália, mas tiveram de se reabastecer na costa da Rodésia, na Grécia, de acordo com os imigrantes resgatados. Segundo as autoridades turcas, os migrantes terão sido empurrados de volta para as águas turcas pelas forças gregas em quatro barcos - acusação que a Grécia nega.

De acordo com os relatos dos migrantes resgatados, os refugiados pediram ajuda às forças de segurança gregas depois de o combustível ter chegado ao fim perto da ilha grega de Rodes na segunda-feira.

“Descobriu-se que depois de serem colocados num barco da guarda costeira grega, e seus objetos de valor terem sido levados, foram colocados em quatro barcos num local próximo às águas territoriais turcas e deixados à deriva”, disse a guarda costeira em comunicado.

"A Guarda Costeira Helénica nega veemente o anúncio da guarda costeira turca referindo-se ao suposto envolvimento num suposto incidente de repressão", disse a guarda costeira da Grécia.

De acordo com dados da guarda costeira turca, mais de 30 mil migrantes irregulares foram resgatados este ano, mais do dobro do número no mesmo período do ano passado. Não é a primeira vez que o Governo turco acusa a Grécia de enviar ilegalmente refugiados e migrantes de volta ao seu território no Mar Mediterrâneo, impedindo a entrada no continente europeu.

Por seu lado, as autoridades gregas afirmam que Ancara ignora os refugiados que tentam chegar à Europa através de seu território, acusando a Turquia de agir contra um acordo de 2016 entre Ancara e a União Europeia sobre o assunto.
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