As autoridades de saúde da China alegam que o pico da onda de covid-19 já passou, com o registo de rápido declínio em casos graves e mortes em hospitais. Os especialistas continuam cautelosos com os dados oficiais do Governo.
O pico de mortes e casos graves de covid-19 terá sido atingido na primeira semana de janeiro, tendo diminuído rapidamente, em mais de 70 por cento, segundo os dados publicados esta semana pelo Centro de Controlo de Doenças (CDC) da China.
Todavia, especialistas descrevem outra realidade.
O professor Chi Chun-huei, diretor do centro de saúde global da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos afirma que as autoridades locais foram incentivadas a subnotificar os números de infeção na vigência da política de covid zero.
Depois de essa política ter sido abandonada, as unidades de saúde passaram a ser estimuladas a exagerar as taxas de infeção e a subnotificar as mortes. “A maioria dos especialistas internacionais sabe muito bem disso: as estatísticas da China não são confiáveis”, observa Chi.
No início de dezembro de 2022, o Governo deixou de aplicar as medidas rígidas de confinamentos em massa. Nas semanas seguintes o país mergulhou numa vaga de infeções: estima-se que até 80 por cento da população possa ter ficado infetada.
Acrescentaram que o registo de maior número de casos graves em hospitais chineses foi de 128 mil doentes, a 5 de janeiro, e descreveu um pico nos hospitais durante o ano novo ocidental, com quase dez mil novos casos de doenças graves por dia, de 27 de dezembro a 3 de janeiro.
A onda de infeções da China atingiu primeiro as grandes cidades. Com a circulação da população para os festejos do ano novo lunar, desenha-se a preocupação de que as infeções estejam agora a ser espalhadas em áreas regionais.