Covid-19. Depois do Twitter, Facebook e Instagram silenciam Bolsonaro

por Carlos Santos Neves - RTP
"Removemos o conteúdo do Facebook e Instagram que viola as nossas regras da comunidade, que não permite desinformação que possa causar danos reais às pessoas" Joedson Alves - EPA

O Twitter foi a primeira rede social a apagar conteúdos do Presidente do Brasil relacionados com a pandemia da Covid-19. Seguiram-se, nas últimas horas, o Facebook e o Instagram. Com um argumento análogo: as regras excluem "desinformação que possa causar danos reais às pessoas".

Em causa está um novo vídeo de Jair Bolsonaro, no qual o Presidente brasileiro conversa com um vendedor ambulante de Taguatinga, nos arredores de Brasília.A pandemia da Covid-19 já fez 159 vítimas mortais no Brasil. Há registo de pelo menos 4579 infetados.


“Conversei com as pessoas e elas querem trabalhar. É o que eu disse desde o início. Vamos tomar cuidado, as pessoas com mais de 65 [anos] devem ficar em casa”, bradou Bolsonaro.

Outra das ideias propaladas pelo Presidente foi a de que a cloroquina, fármaco utilizado para tratar a malária, “está a funcionar em todos os lugares”, algo que ainda carece de validação científica.
Pedro Sá Guerra, correspondente da RTP no Brasil

Em comunicado, a empresa de Mark Zuckerberg justifica a remoção do vídeo do Presidente do Brasil com uma política que “não permite desinformação que possa causar danos reais às pessoas”.

“Removemos o conteúdo do Facebook e Instagram que viola as nossas regras da comunidade, que não permite desinformação que possa causar danos reais às pessoas”, explicou o Facebook, que detém também o Instagram.

Na véspera, o Twitter atuara no mesmo sentido, concluindo que uma publicação de Bolsonaro havia violado “as regras” da rede social.

O Facebook tem em marcha diferentes ações de colaboração com a resposta à pandemia do novo coronavírus, desde logo a contenção de “notícias falsas” ou desinformação, mas também o reforço na publicação de recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Os números brasileiros

As autoridades brasileiras têm nesta altura registo de 159 vítimas mortais do novo coronavírus, que infetou naquele país 4579 pessoas. A taxa de mortalidade da doença no Brasil está calculada em cerca de 3,5 por cento.

Os últimos dados referem que 15 das 27 unidades federativas do país - 26 Estados e o Distrito Federal - registaram mortes causadas pelo novo coronavírus: Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Maranhão, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Ou seja, a totalidade das regiões do Brasil têm casos mortais de Covid-19.

c/ agências
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