Covid-19. Espanha com quase três mil novas infeções em 24 horas

por RTP
Espanha decidiu aumentar o número de testes de diagnóstico à Covid-19 para cerca de 340 mil por semana. Albert Gea - Reuters

O número de novos casos de Covid-19 voltou a disparar em Espanha, com 2935 infeções registadas nas últimas 24 horas. Madrid é a comunidade mais afetada, com 842 novos casos, seguida do País Basco, com 545, e Aragão, com 418.

“Espanha continua a registar uma subida no número de casos, mas é uma subida ligeira que permite a implementação de medidas de controlo”, avançou esta quinta-feira em conferência de imprensa Fernando Simón, diretor do Centro de Alertas e Emergências de Saúde de Espanha.

“Continuamos com cerca de 50 por cento de casos assintomáticos. As mortes registadas [26 nas últimas 24 horas] estão relacionadas com surtos em lares de idosos”, explicou o responsável, adiantando que a idade média das vítimas mortais em Espanha se fixa nos 83 anos.

Apesar de as mortes ocorrerem nas faixas etárias mais elevadas, tal não se verifica com as infeções. Dos casos ativos no país, 85 por cento são em pessoas com menos de 65 anos.

Atualmente há 3596 camas ocupadas por pacientes com Covid-19 ou com suspeitas de infeção, 383 das quais em unidades de cuidados intensivos. Por comunidade autónoma, Madrid é a primeira, com mil pacientes, depois Catalunha com 892 e Aragão com 393” doentes internados, declarou o diretor do centro que pertence ao Ministério espanhol da Saúde.

Perante estes números, Espanha decidiu aumentar o número de testes de diagnóstico à Covid-19 para cerca de 340 mil por semana, com especial foco nas zonas onde se deram surtos ou mais transmissão comunitária.

Segundo Simón, o número de casos suspeitos que se verificam semanalmente em Espanha fixa-se agora em 95 mil. “Há uma transmissão comunitária, mas não tão grave quanto o fazem parecer os números. Temos capacidade suficiente para detetar a origem dos novos casos”, elucidou.
Espanha sem risco de “colapso do sistema de saúde”
O responsável assegurou que “em Espanha não existe risco de um colapso do sistema de saúde”, até porque “o índice de ocupação de pacientes com Covid-19 [em hospitais] é de três por cento das camas”.

“Em alguns locais concretos houve uma pressão superior. Em Aragão houve hospitais que sofreram alguma pressão, mas sem chegar ao que se viveu no pico da pandemia. Em Madrid também está a subir, mas por enquanto não coloca em xeque o sistema”, tranquilizou.

Simón considerou ainda que as regiões autónomas de Aragão e Catalunha “demonstraram que claramente se consegue travar um surto com as medidas disponíveis e com determinação”, pelo que “podem servir de exemplo para outros territórios”. “Aragão está a evoluir muito favoravelmente”, afirmou.

Ainda assim, o diretor lançou um alerta geral: “Temos de estar permanentemente atentos até que termine esta pandemia. Setembro é uma altura de risco porque pessoas que têm estado em diferentes grupos vão começar a misturar-se”, avisou, acrescentando que Madrid é uma das comunidades que merece mais atenção neste momento.

Quanto a lares de idosos, onde atualmente se verificam mais mortes, Simón mostrou-se relativamente otimista. “Não podemos evitar que o novo coronavírus entre em alguns lares de idosos, mas as medidas de precaução que se estão a implementar serão suficientes para garantir a segurança em geral”, sublinhou.
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