Covid-19. Estudo revela que risco para as crianças é mínimo

por Cristina Sambado - RTP
Kevin Coombs - Reuters

Um estudo, que analisou 651 crianças infetadas com o novo coronavírus em hospitais da Inglaterra, País de Gales e Escócia, concluiu que a Covid-19 não provocou a morte a nenhuma criança saudável e em idade escolar.

O risco das crianças necessitarem de tratamento hospitalar é “mínimo” e em cuidados intensivos são “ainda mais reduzidos”, avança a BBC que cita um estudo da BMJ.

No entanto, as crianças negras, obesas e bebés muito pequenos correm um risco ligeiramente maior.

O estudo cobriu dois terços de todas as admissões de crianças no Reino Unido devido à Covid-19, entre janeiro e julho.


Um por cento dessas 651 crianças – seis no total – morreu no hospital com Covid-19 em comparação com 27 por cento nas outras faixas etárias.

Dezoito por cento necessitou de cuidados intensivos.

Os seis que faleceram apresentavam outras comorbilidades.

“Não houve mortos entre crianças saudáveis em idade escolar”
, afirmou à BBC o Professor Calum Semple da Universidade de Liverpool.

Para Calum Semple “não há nenhum perigo direto no regresso das crianças às escolas”.

Já Olivia Swann, do Royal Hospital Sick Children em Edimburgo e coautora do estudo, espera que os resultados da investigação sejam “extremamente reconfortantes para os pais em todo o Reino Unido”.

Os sintomas mais comuns nas crianças internadas foram febre, tosse, náuseas, vómitos e falta de ar.

As crianças mais velhas apresentam maior probabilidade de ter dores no estomago, cabeça e garganta.

Das 651 crianças, 42 por cento sofriam de outras doenças – as mais comuns doenças do sistema nervoso (11 por cento), cancro (oito por cento) e asma (sete por cento).

No entanto, ter asma – ao contrário da obesidade – não obriga a que as crianças necessitem de cuidados intensivos.

A 52 crianças foi também diagnosticado uma síndrome infamatória multissistémico ligado ao SARS-CoV-2, com o primeiro caso a ser diagnosticado em meados de março.


Essas 52 crianças - nenhuma faleceu- tinham mais probabilidade do que as restantes, por serem mais velhas, e cerca de dez pertenciam a minorias étnicas.

Segundo Liz Whittaker, do Imperial College London, este estudo vem ao encontro de outros sobre a doença Covid-19 em crianças.

“Um número muito baixo de crianças foi internada em unidades de cuidados intensivos e os investigadores revelam uma taxa de mortalidade muito baixa - em comparação com os adultos – mas também em comparação com a taxa de mortalidade devido a outras infeções como a gripe, varicela, meningite, sépsis e outras causas de morte infantil – por exemplo, acidentes de viação”, frisou Liz Whittaker.
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