Covid-19. EUA vão desaconselhar viagens para 80% dos países

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Lindsey Wasson - Reuters

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a intenção de alargar a lista de países para os quais é desaconselhado viajar, passando a incluir 80 por cento dos países no mundo. A decisão é justificada com o "risco sem precedentes" da pandemia da Covid-19 para os turistas.

Atualmente, há 34 países que estão na lista vermelha dos EUA, para os quais os norte-americanos são desaconselhados a viajar devido à pandemia da Covid-19. Entre estes estão incluídos o Brasil, Argentina, Chade, Kosovo, Quénia, Haiti, Moçambique, Rússia e Tanzânia.

Agora, o Departamento de Estado pretende incluir 80 por cento dos países no nível 4 de alerta, o mais elevado nível de risco, o que significa que os norte-americanos passarão a estar desaconselhados a viajar para mais 130 países.


O Departamento de Estado dos EUA adianta que a medida entrará em vigor na próxima semana e explica que a decisão de atualizar os avisos de viagens consiste num ajuste das medidas de acordo com as do Centro de Controlo e de Prevenção de Doenças (CDC) e “não implica uma reavaliação da situação atual de saúde num determinado país”.

Todos os norte-americanos que estejam a planear viajar são aconselhados a reconsiderar, mesmo para os restantes 20 por cento dos países.

“A pandemia da Covid-19 continua a apresentar riscos sem precedentes para os turistas. À luz desses riscos, o Departamento de Estado recomenda fortemente que os cidadãos dos EUA reconsiderem todas as viagens ao estrangeiro”,
disse o Departamento de Estado em comunicado.

O Departamento de Estado não adiantou quais os 130 países que deverão ser adicionados à lista de risco. Segundo a BBC, as orientações deverão ser emitidas nos próximos dias.
Apenas três países estão no nível mais baixo de risco
De acordo com os dados do Departamento de Estado dos EUA, apenas três países estão atualmente no nível mais baixo de risco: Macau, Taiwan e Nova Zelândia. O Reino Unido está no nível 3, assim como Portugal, o que significa que os norte-americanos estão aconselhados a reconsiderar a viagem para estes destinos. Já segundo a tabela do CDC, Portugal, assim como o Reino Unido, estão no nível mais elevado de risco (nível 4).

O CDC recomenda que os norte-americanos evitem viajar para o estrangeiro até terem a vacinação completa, sublinhando que as viagens “apresentam riscos adicionais”, mesmo para quem já está vacinado.

No início deste mês, o CDC anunciou que os norte-americanos que já apresentam a vacinação completa podem viajar com segurança dentro dos EUA. No entanto, a diretora do CDC desencorajou essa mesma decisão devido aos elevados casos de infeção no país.

Sabemos que neste momento temos um número crescente de casos. Eu aconselharia contra viajar no geral”, disse Walensky, a 2 de abril. “Não estamos a recomendar viagens neste momento, especialmente para indivíduos não vacinados”, acrescentou a diretora do CDC.

Todos os que viajarem para os EUA, incluindo cidadãos norte-americanos, devem ter um resultado negativo do teste à Covid-19 ou um documento que comprove a recuperação de infeção antes de embarcar num avião.

Embora mais de 860 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus tenham sido administradas em 165 países em todo o mundo, muitos, especialmente a Europa, enfrentam agora uma nova vaga da pandemia.

Esta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que as infeções por Covid-19 têm aumentado a um ritmo alarmante nas últimas oito semanas. Só na semana passada foram registados 5,2 milhões de novos casos, o número mais elevado de infeções registado numa semana desde o início da pandemia.

As mortes por Covid-19 também têm aumentado há cinco semanas consecutivas e foram já registados mais de três milhões de óbitos em todo o mundo.
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