Covid-19. Guterres apela à "ação política coordenada das principais economias do mundo"

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou esta quinta-feira que a recessão global devido ao novo coronavírus "é quase certa" e que as atuais respostas nacionais à pandemia "não vão fazer face à escala e complexidade global da crise". António Guterres apelou, por isso, "a uma ação política coordenada das principais economias do mundo" para apoiar principalmente os países africanos e em desenvolvimento.

RTP /
Susana Vera - Reuters

António Guterres apelou esta quarta-feira a uma mobilização à escala global para que seja apresentada “uma resposta urgente e coordenada a esta crise global”.

António Guterres avisou que se a propagação do novo coronavírus - que já infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo e fez 8.900 vítimas mortais - não for travada, especialmente nas regiões mais vulneráveis, morrerão milhões de pessoas.

“Está demonstrado que o vírus pode ser contido. Ele tem de ser contido”, disse Guterres, apelando à ajuda de todos para ser possível parar a pandemia.

“Este é um momento que exige uma ação política coordenada, determinante e inovadora das principais economias do mundo”, anunciou Guterres, considerando que uma recessão global, “talvez de dimensões históricas, é quase certa”.

O secretário-geral da ONU solicitou a todos os países para que invistam mais na saúde e apoiem os esforços da Organização Mundial de Saúde (OMS). O secretário-geral da ONU pediu especial atenção e ajuda aos países africanos, onde a OMS disse estar a ter uma “evolução extremamente rápida”.

“Devemos ser absolutamente fortes em apoiá-los, porque o vírus está a chegar e os seus sistemas de saúde são extremamente fracos”, apelou Guterres. “Portanto, eles precisam de um apoio muito forte por parte do mundo desenvolvido e se esse apoio for recusado, podemos vir a sofrer consequências catastróficas”, acrescentou.

“Os líderes do G20 tomaram medidas para proteger os seus próprios cidadãos e economias ao abdicar do pagamento de juros. Devemos aplicar essa mesma lógica aos países mais vulneráveis da nossa aldeia global e atenuar o peso da dívida”, apelou o secretário-geral da ONU.

“Um país rico não deve estar convencido de que deve apenas lidar com os seus próprios cidadãos. É do interesse de um país rico contribuir para uma resposta global porque a crise pode vir de qualquer lugar e a qualquer momento”, disse Guterres.

“O mundo está a enfrentar um inimigo comum. Estamos em guerra com o vírus”, declarou o secretário-geral da ONU, considerando que esta é “uma situação sem precedentes e as regras comuns já não se aplicam”.

c/agências
Tópicos
PUB