Covid-19. Termina obrigação de uso de máscaras e passe sanitário em Inglaterra

por Carla Quirino - RTP
Em Londres, o autarca Sadiq Khan mantém a obrigatoriedade do uso das máscaras nos transportes públicos Andy Rain - EPA

O Governo britânico alega que o reforço de vacina reduziu com sucesso doenças graves e hospitalizações por covid-19 para avançar, esta quinta-feira, com a redução de restrições. Em Inglaterra, a obrigatoriedade do uso da máscara e do passe sanitário chega ao fim. Irlanda do Norte, País de Gales e Escócia seguem a tendência. A decisão de uso da proteção facial passa a fazer parte da consciência de cada um, explica um representante do Executivo. Mas nos transportes públicos de Londres a máscara continua a ser obrigatória.

Com os registos de novos casos de covid-19 a diminuirem, associados ao sucesso das doses de reforço da vacina e melhor conhecimento nos tratamentos, Sajid Javid, secretário da Saúde, anunciou o fim de grande parte das medidas restritivas.

Javid, citado na BBC, adiantou que "as vacinas do Reino Unido, testes e antivirais garantem que temos algumas das defesas mais fortes da Europa e estão a permitir que retornemos cautelosamente ao Plano A, restaurando mais liberdades ao país".

"À medida que aprendemos a viver com a covid, precisamos, continuamente, de estar atentos ao comportamento do vírus. Por isso, quem ainda não se vacinou que venha para a primeira dose, segunda ou reforço", recomenda o secretário com a pasta da saúde.

"É uma questão de consciência pessoal", acrescenta o porta-voz de Boris Johnson, primeiro-ministro britânico.
Legalidade vs atitude
As empresas ferroviárias defendem que os passageiros devem manter o uso de máscara a bordo, assim como alguns proprietários de estabelecimentos comerciais já disseram que vão continuar a pedir o uso de proteção facial.

Em Londres, o autarca Sadiq Khan mantém a obrigatoriedade do uso das máscaras nos transportes públicos e pede às pessoas que "façam o que é correto".

A recomendação da etiqueta respiratória em locais fechados e lotados permanece, afirma o Governo.

Mesmo com o Executivo a afastar as restrições, a cadeia de supermercados Sainsbury's e as lojas da John Lewis irão recomendar o uso de máscara, mas reconhecem que a escolha pessoal do cliente prevalecerá.

A Irlanda do Norte já descartou os passes covid-19 esta semana.

O País de Gales autoriza o regresso da vida noturna a partir de 28 de janeiro, com a abertura de portas de bares e discotecas, mas mediante a apresentação de passes sanitários. Para grandes eventos, cinemas e teatros mantém-se a necessidade de fazer prova da vacinação completa.

Em território escocês, foram reduzidas algumas medidas restritivas relacionadas com organização de eventos e o serviço de mesa regressou a alguns espaços turísticos.

A hotelaria britânica e as empresas que dependem da economia noturna mostram-se satisfeitas com o fim dos passes covid-19.

Para Michael Kill, chefe executivo da Night Time Industries Association, a exigência de passes para combater a propagação da pandemia cumpriu o seu papel, mas abalou a atividade noturna. Agora, é hora de comemorar a mudança.
Números pandémicos
O fim do ano registou um pico de novos casos associado à variante Ómicron, com mais de 200 mil infeções diárias. Os casos diários caíram para metade, embora as autoridades de saúde ainda considerem que as infeções permanecem altas, com 102.292 casos notificados na quarta-feira.

Nos últimos 28 dias, cerca de 346 pessoas morreram no Reino Unido após um teste positivo, elevando o número total de mortes para 154.702. Sessenta e quatro por cento da população tem o plano de vacinação completo.

As autoridades de saúde britânicas garantem que as infeções por SARS-CoV-2 no Reino Unido indiciam estabilidade e planeiam, numa estratégia pós-pandemia, tratar a doença como uma gripe.
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